Homem confessa crime e diz que matou padrasto para defender a mãe
Na mira a polícia como suspeito, Gilberto Castilho se apresentou, foi indiciado e liberado
Foi o enteado que matou a tiros Roberto Carlos Ayala Duarte, 47, o “Já Morreu”, na noite de sábado (14) em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Gilberto Brites Castilho, 25, se apresentou à polícia no final da tarde de ontem (17) e confessou o crime.
Ele alegou que matou o padrasto para defender a mãe, vítima de constantes agressões por parte do companheiro. A arma usada no crime, revólver calibre 38, pertencia a Roberto Carlos, segundo o autor do crime.
Já na mira do SIG (Setor de Investigações Gerais) como um dos principais suspeitos, Gilberto, acompanhado de advogado, procurou a Polícia Civil e deu sua versão do caso. Indiciado por homicídio qualificado, ele foi liberado para aguardar o julgamento em liberdade.
Ex-presidiário – Inicialmente, conforme o delegado Rodolfo Daltro, chefe do SIG em Dourados, a polícia suspeitava que a morte de “Já Morreu”, como Roberto Carlos era conhecido, fosse motivada por rixa do período me que ele esteve preso, por homicídio.
Entretanto, na segunda-feira (16) o SIG identificou que Roberto Carlos possuía relacionamento conturbado com a atual convivente e constantes discussões após consumo de bebidas alcoólicas. Diante desse cenário, os filhos da mulher passaram a ser tratados como suspeitos.
Sem antecedentes criminais e ciente de que estava sendo investigado, Gilberto procurou o SIG e relatou ter matado o padrasto em legítima defesa.
O rapaz contou que no sábado à tarde sua mãe lhe relatou ter sido agredida por Roberto. Ela teria contado ainda que “Já Morreu” tinha comprado um revólver e a ameaçado com a arma.
Gilberto disse ter ido então até a casa da mãe e, aproveitando a saída de Antonio Carlos para comprar bebida, pegou o revólver. Segundo ele, sua intenção era conversar com o padrasto e evitar que ele usasse a arma.
De volta à casa um tempo depois, ainda segundo a versão de Gilberto, o padrasto teria tentado agredi-lo. Para se defender, o enteado afirma que sacou a arma e atirou. Antonio Carlos morreu na rua, no residencial Estrela Porã. Os tiros atingiram também o vidro do Monza azul dele, estacionado na calçada.
Após o crime, Gilberto afirma que fugiu de bicicleta e jogou o revólver em um matagal. A arma foi encontrada ontem por agentes do SIG no local apontado pelo autor.
Conforme o delegado Rodolfo Daltro, várias testemunhas serão ouvidas para esclarecer se a versão apresentada por Gilberto, de legítima defesa, condiz com a realidade.
Pessoas que presenciaram o crime relataram à polícia ainda na noite de sábado que o criminoso passou de bicicleta em frente à casa e teria falado: “E aí tranquilo, ‘Já Morreu’?".
Antonio Carlos mexia no celular. Em seguida, o homem retornou, parou perto de Roberto e faz vários disparos. A polícia investiga também se a arma de fato pertencia à vítima ou se foi comprada por Gilberto com a intenção de matar o padrasto.