“Ignorância”, alega marido que esfaqueou grávida
O bebê prematuro de 28 semanas que nasceu às pressas morreu 3 horas depois no Hospital Auxiliadora
Ao ser preso depois de esfaquear a mulher de 41 anos, grávida de 28 semanas, Jorge de Souza Valdez, 44 anos, disse à Polícia Militar que o crime ocorreu “por motivo fútil, por pura ignorância dele”. O caso aconteceu na madrugada desta terça-feira (10), no residencial Cleide Maria, no Conjunto Habitacional Orestinho, em Três Lagoas, distante 338 quilômetros de Campo Grande.
Jorge foi preso em flagrante e levado para a delegacia. A mulher esfaqueada no pescoço e na mão passou por cesariana às pressas. Ela deu entrada na unidade às 3h25. O bebê nasceu com vida, foi intubado e levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas não resistiu. O óbito foi atestado às 6h30.
Tentativa de feminicídio - Conforme boletim de ocorrência, um vizinho ligou para a PM dizendo que havia sangue no corredor do condomínio, em frente ao apartamento 302. Enquanto seguia para o endereço, a equipe policial recebeu outra informação de que no Hospital Auxiliadora havia chegado um casal ferido por faca.
No hospital, foi confirmado que a vítima estava em estado grave, corria risco de morte e iria passar por cesariana de emergência. O autor também estava com ferimento leve de faca no ombro esquerdo. Indagado, ele disse à polícia que o crime havia ocorrido “por motivo fútil, por pura ignorância dele”. Relatou ainda que o ferimento no ombro dele havia sido causado pela mulher. No apartamento do casal foram apreendidas duas facas utilizadas no crime.
“Vou morrer” - Uma testemunha viu a vítima se arrastando no corredor, sangrando. Ao perceber que alguém havia acionado a polícia, o autor colocou a mulher no carro e a levou para o hospital. Ainda segundo relatos do vizinho à polícia, antes de ser socorrida, vítima ainda pediu para ele cuidar das duas filhas, porque ela iria morrer. Na sequência, a testemunha acionou o irmão da vítima que foi até a casa e buscou as crianças. A idade delas não foi informada. O caso segue sob investigação da Dam (Delegacia de Atendimento à Mulher) do município.
Por causa dos ferimentos, Jorge também recebeu atendimento hospitalar e após alta foi levado para a delegacia, onde foi autuado por tentativa de feminicídio e aborto sem o consentimento da gestante.
