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Interior

Índios culpam obra de duplicação da MS-156 por alagamento de casas

Rodovia está bloqueada entre Dourados e Itaporã; apenas ambulâncias são liberadas e passageiros terminam viagem a pé

Helio de Freitas, de Dourados | 02/03/2016 10:35
Residências na margem da MS-156 estão totalmente alagadas (Foto: Direto das Ruas)
Residências na margem da MS-156 estão totalmente alagadas (Foto: Direto das Ruas)

Lideranças indígenas da reserva de Dourados, a 233 km de Campo Grande, culpam a obra de duplicação da MS-156 pelo alagamento das margens da rodovia, no trecho em frente à aldeia Jaguapiru. Leomar Mariano, um dos líderes dos guarani-kaiowá e terenas que habitam a reserva local, disse que antes da obra não havia o acúmulo de água da chuva existente atualmente.

“Esse problema começou depois da duplicação. Algum procedimento para escoamento da água deixou de ser feito e agora pelo menos dez famílias estão com as casas alagadas desde a semana passada”, afirmou ele ao Campo Grande News.

Por meio da assessoria de imprensa, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul) informou que “não tem o que fazer” diante do problema, já que o alagamento ocorreu por causa do grande volume de água. Entretanto, o órgão promete enviar um coordenador para a região, para verificar o problema.

Bloqueio – Em protesto contra o alagamento das casas, os índios bloquearam nesta manhã a MS-156 na altura da rotatória de acesso à reserva. Troncos de madeira foram colocados no meio da pista e apenas ambulâncias podem passar. Alguns passageiros de ônibus que fazem a linha entre Dourados e Itaporã desceram dos veículos e seguiram a viagem a pé.

Mariano disse que não há previsão de quando o bloqueio será encerrado. Eles aguardam a presença de representantes do governo do Estado e prometem abrir valetas nas laterais da rodovia para escoamento da água.

Prejuízo de 20 mil – Entre as residências alagadas nas margens da estrada está uma mercearia, que atende moradores das aldeias. O dono do estabelecimento comercial disse que tinha renovado o estoque e agora tem prejuízo de pelo menos R$ 20 mil, já que a mercearia foi alagada. A casa em anexo também foi inundada pela água da chuva.

Leomar Mariano reclamou da falta de atendimento às famílias. Segundo ele, desde a semana passada as casas estão alagadas. “Nem Corpo de Bombeiros, nem Defesa Civil. Ninguém veio aqui”.

Água inunda cozinha de residência na margem da MS-156 (Foto: Direto das Ruas)
Água inunda cozinha de residência na margem da MS-156 (Foto: Direto das Ruas)
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