Inventando perseguição policial, homem faz ex-patrão transferir R$ 52 mil
Vítima acreditou estar sendo investigada e fez seis PIX até a Polícia Civil desmascarar o golpe
Um ex-funcionário de Ponta Porã criou uma falsa perseguição policial para enganar o antigo patrão e arrancar R$ 52 mil em transferências via PIX. A farsa tinha um objetivo específico: ajudar o cunhado do autor, que devia dinheiro à vítima.
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Ex-funcionário em Ponta Porã simulou perseguição policial para extorquir R$ 52 mil de antigo patrão. O golpista alegava que policiais armados investigavam irregularidades e exigiam pagamentos para não agravar a situação. A farsa foi descoberta quando o autor tentou obter mais R$ 20 mil. A polícia prendeu um intermediário e encontrou celulares usados para simular a existência de uma quadrilha. O dinheiro obtido foi usado para comprar veículos, sendo um deles apreendido por ser produto de crime.
O caso foi esclarecido nesta quinta-feira (6) pela equipe da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã. Segundo as investigações, o ex-funcionário ligou para o ex-patrão dizendo que dois homens armados estavam circulando em uma caminhonete perto da casa dele. Afirmava que os supostos policiais investigavam irregularidades envolvendo a vítima e que a situação poderia se agravar caso não fossem feitos pagamentos.
Com medo, o morador acreditou na história e fez seis transferências via PIX, totalizando R$ 52 mil, para chaves indicadas pelo ex-funcionário. As contas estavam em nome de terceiros, entre eles o cunhado do autor, usado para receber o dinheiro.
Alguns dias depois, o ex-funcionário voltou a entrar em contato exigindo mais R$ 20 mil, dizendo que o caso ainda não estava resolvido. Desconfiado, o ex-patrão procurou a Polícia Civil, que montou uma campana nas proximidades de sua residência para tentar flagrar os envolvidos.
Durante a ação, os policiais abordaram um homem de 24 anos, conhecido como “Chiquito”, que seria o encarregado de buscar o novo pagamento. Ele foi preso no local e levado à delegacia. O suspeito afirmou que apenas seguia instruções repassadas por telefone e que não conhecia os demais envolvidos.
Na sequência, a polícia descobriu que “Chiquito” havia sido preso no dia anterior por receptação de veículo roubado. Com o avanço das diligências, ficou comprovado que o mentor do golpe era o ex-funcionário, que criou toda a história para ajudar o cunhado a se livrar da dívida e ainda obter vantagem financeira.
Para sustentar a mentira, o autor enviava fotos falsas, afirmando estar sendo seguido por “policiais armados”. Uma das imagens mostrava a frente da própria casa dele, usada para convencer a vítima de que a ameaça era real. Ele também mandava fotos de armas, tentando manter a vítima em estado de alerta.
Com autorização da companheira do suspeito, os policiais fizeram buscas na residência e encontraram dois celulares escondidos — um dentro do cesto de lixo do banheiro e outro embaixo do colchão. Os aparelhos eram usados para enviar mensagens e simular a existência de uma quadrilha. Ao ligar para os números indicados como dos “comparsas”, os investigadores constataram que as chamadas tocavam nos próprios celulares apreendidos, provando que ele mesmo fingia ser outras pessoas.
Pouco depois de receber o dinheiro, o autor comprou uma motocicleta nova e um carro que acabou apreendido por ser produto de crime.
Durante o interrogatório, o suspeito permaneceu em silêncio e negou o envolvimento do cunhado. Os celulares foram apreendidos, e o caso segue sob investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã.
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