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Interior

Justiça solta investigador suspeito de ajudar delegado em assassinato

O policial civil foi detido pela primeira vez em março desde ano, durante a operação que prendeu o delegado

Geisy Garnes | 22/09/2019 09:21
Delegado no dia em que foi preso pela equipe da Corregedoria de Polícia Civil (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Delegado no dia em que foi preso pela equipe da Corregedoria de Polícia Civil (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

A justiça concedeu liberdade ao investigador Emmanuel Nicolas Contis Leite, apontando como braço direito do delegado Fernando Araújo da Cruz Junior no assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, 48 anos, no dia 23 de fevereiro deste ano, em Corumbá, distante 419 quilômetros da Capital.

O investigador foi detido pela primeira vez em março desde ano, durante a operação que prendeu o delegado, mas foi liberado ao pagar fiança. Em maio, no entanto, voltou para o presídio por ajudar Fernando a atrapalhar as investigações do assassinato.

Ao Campo Grande News, o advogado Wellyngton Ramos Figueira, responsável pela defesa de Emmanuel, explicou que o pedido de liberdade foi feito ao juiz André Luiz Monteiro durante a primeira audiência sobre o caso, que aconteceu na sexta-feira (20).

"A prisão do Emmanuel, foi decretada para preservar a instrução processual, e com o inicio da fase de instrução do processo, não havia mais motivos de sua manutenção. Ausente, portanto, os requisitos, foi revogada a prisão", detalhou.

Emmanuel estava no Centro de Triagem, na Capital, e foi liberado neste sábado (21). Já o delegado Fernando Araújo continua preso no Presídio Militar de Campo Grande e acompanha as audiências do processo por videoconferência.

O crime – Segundo as investigações, o delegado esfaqueou e matou a tiros Alfredo Rangel no dia 23 de fevereiro. A desavença entre os dois começou durante as eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia. O sogro de Fernando, Asis Aguilera Petzold (o atual prefeito da cidade de El Carmen), concorria ao cargo.

Durante uma briga, o delegado teria dado três facadas no boliviano. Alfredo foi socorrido e seria transferido para hospital de Corumbá, mas já em território sul-mato-grossense, a ambulância em que estava foi fechada por uma caminhonete preta.

O motorista desse veículo desceu, abriu a porta da viatura de resgate e atirou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça da vítima, um deles o tórax. Sem ter o que fazer, o motorista voltou com o corpo para o país vizinho.

Ao decorrer das apurações, a Polícia Civil conseguiu interceptar conversas entre Fernando e Emmanuel. Nas mensagens o delegado pede opinião sobre mudanças feitas na caminhonete usada no crime, pede para o investigador levar a arma para uma terceira pessoa na Bolívia e ainda combina maneiras de atrapalhar as investigações sobre o assassinato.

Além de ameaçar testemunhas do crime, a dupla trabalhou na criação e divulgação de montagens com fotos de várias pessoas e os dizeres “Os assassinos de Ganso”, apelido da vítima. A intenção era "culpar" outras pessoas e desviar o foco do delegado.

As conversas entre o investigador e Fernando trouxeram até ameaças aos policiais da DEH (Delegacia de Repressão aos Crimes de Homicídio) e da Corregedoria da Policia Civil, que foram a Corumbá para investigar o caso. Nas mensagens Emmanuel sugere "metralhar" o hotel em que os investigadores estavam hospedados e também a 1 Delegacia de Polícia da cidade.

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