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Interior

Ministério cobra investigação de ataques a acampamento

Secretário-Executivo enviou ofício à PF pedindo inquérito para apurar ações de pistoleiros em Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 17/08/2023 14:29
Utensilios domésticos atingidos por incêndio que destruiu barracos em acampamento (Foto: Comunidade Avae’te)
Utensilios domésticos atingidos por incêndio que destruiu barracos em acampamento (Foto: Comunidade Avae’te)

O Ministério dos Povos Indígenas cobrou da Polícia Federal a instauração de inquérito para investigar supostos ataques de pistoleiros ao acampamento Avae’te, do povo guarani-kaiowá em Dourados, a 251 km de Campo Grande.

Encravadas entre o anel viário e a aldeia Bororó, na região oeste do município, as terras em poder de sitiantes e fazendeiros são reivindicadas pela comunidade como parte da Reserva Indígena de Dourados, demarcada em 1917.

O ofício cobrando investigação foi enviado pelo secretário-executivo do ministério, Eloy Terena, superintendência da Polícia Federal e Mato Grosso do Sul Agnaldo Mendonça Alves e ao chefe da PF em Dourados, delegado Alexandre Taketomi Ferreira.

“É notório que o conflito fundiário envolve interesse da coletividade indígena guarani-kaiowá instalada no território, a atrair a competência desta Polícia Federal, sendo evidente o interesse federal na questão”, afirma Eloy Terena.

O secretário-executivo também cobrou proteção aos indígenas: “considerando este novo episódio vitimando o povo Guarani e Kaiowá, que legitimamente luta pelo reconhecimento de seus direitos territoriais, o Ministério dos Povos Indígenas requer adoção, em caráter de urgência, de todas as medidas necessárias a salvaguardar a vida e a incolumidade física e psicológica dos indígenas que hoje residem na Tekoha Avae’te e aguardam providências do Estado para ver garantido seu direito a viver em seu território ancestral”.

Tensão – Ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário), lideranças do acampamento afirmaram que grupo de homens armados teria invadido o local na madrugada de terça-feira (15) e na tarde de ontem e incendiado pelo menos dez barracos teriam sido queimados.

Indígenas relataram que pelo menos oito seguranças chegaram em duas caminhonetes, ameaçaram os moradores, dispararam tiros e atearam fogo nas casas. Ainda segundo as lideranças, os “jagunços” estariam utilizando drone para vigiar o acampamento.

Ontem à tarde, em outro ponto do entorno da reserva, sitiantes chamaram a Polícia Militar após suposta ameaça de invasão por parte dos indígenas. Uma viatura foi ao local e teria sido atacada por rojões e pedras disparadas com estilingue, segundo o boletim de ocorrência.

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