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Interior

Ministro da Educação é recebido com protesto de estudantes indígenas em Dourados

Eles pedem o pagamento de bolsas o ano inteiro e criação de casa de alternância

Por Cassia Modena e Helio de Freitas, de Dourados | 30/09/2025 11:48


RESUMO

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O ministro da Educação, Camilo Santana, foi recebido com protestos de estudantes indígenas guarani-kaiowá durante visita a Dourados, Mato Grosso do Sul. Os manifestantes reivindicaram o pagamento integral da bolsa-permanência durante todo o ano e a construção de moradias temporárias para estudantes que vêm de aldeias próximas. Camilo destacou o aumento do valor da bolsa e a ampliação do número de auxílios, além de prometer investimentos em creches e escolas indígenas. Durante a visita, o ministro inaugurou o novo prédio da reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), obra que custou R$ 11,8 milhões e encerrou 16 anos de espera. Camilo também anunciou a retomada de obras paralisadas e o aumento do investimento por aluno em escolas indígenas e quilombolas. A agenda incluiu ainda a visita às obras da Unidade da Mulher e da Criança do Hospital Universitário da UFGD.

O ministro da Educação, Camilo Santana, foi recebido em Dourados, nesta manhã (30), com protesto de estudantes. A maioria dos que se manifestaram é indígena Guarani-Kaiowá.

Camilo parou para ouvi-los e recebeu por escrito reivindicações sobre o pagamento de bolsa permanência a universitários indígenas da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) durante o ano todo, sem interrupções, e a criação de moradias temporárias onde os que vêm de aldeias em municípios próximos possam ficar para evitar deslocamentos cansativos.

De acordo com dados do ano passado divulgados pela Agência Brasil, havia 800 indígenas matriculados na universidade. Dourados possui a maior população urbana indígena do país e está entre as cidades mais importantes economicamente para Mato Grosso do Sul.

Ministro da Educação é recebido com protesto de estudantes indígenas em Dourados
Universitários e crianças indígenas seguram cartolinas com pedidos ao ministro (Foto: Helio de Freitas)

"A instituição e o Estado devem atuar nas comunidades por meio da educação e do financiamento do ensino superior. Pedimos que a bolsa tenha 12 [parcelas] anuais e que seja criada uma casa de alternância para os nossos parentes que vêm de outra localidade. Aqui há [estudantes] de Sete Quedas, Tacuru, Amambai, Caarapó e de toda a região do Cone Sul Guarani-Kaiowá. Que possam vir aqui para Dourados, em um local onde tudo esteja num só lugar, juntos, em coletivo", reivindicou o estudante indígena Sidimar Franco Aquivel.

Respostas - Ao comentar os pedidos, Camilo afirmou que até 2026 haverá outros ganhos para os estudantes com o reajuste do valor da bolsa de R$ 900 para R$ 1,4 mil mensais, e acrescentou que o número de auxílios ofertados dobrou. "A meta é que nenhum aluno indígena ou quilombola fique sem a bolsa, porque a gente sabe da importância para se manterem na universidade", falou.

Os indígenas também defenderam que nenhum corte a mais seja feito na educação e que seja revogado o Novo Ensino Médio. Sobre a última reivindicação, o ministro rebateu que se trata de uma questão superada, pois já contou com ampla discussão.

Ministro da Educação é recebido com protesto de estudantes indígenas em Dourados
Estudante indígena Sidimar entrega pedido ao ministro Camilo, ao seu lado (Foto: Helio de Freitas)

Outro pedido foi por mais creches. A resposta à imprensa foi que a construção de 116 foi autorizada recentemente pelo Governo Federal e que os investimentos na área estão em fase de retomada.

O chefe do MEC (Ministério da Educação) também destacou a ampliação do valor do investimento por aluno nas escolas indígenas e quilombolas do campo, inédito na pasta, segundo ele, e a retomada das obras de instituições que estavam paradas, inclusive em Mato Grosso do Sul. "Em breve serão iniciadas", prometeu.

Inauguração na universidade - Na sequência, Camilo cumpriu a primeira parte da agenda no município, participando da inauguração do novo prédio da reitoria da UFGD. A obra custou R$ 11.836.902,49 e colocou fim a 16 anos de espera, entre paralisações e retomadas.

Ministro da Educação é recebido com protesto de estudantes indígenas em Dourados
Camilo Santana e Daniel Beltrammi, presidente em exercício da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, recebem cocares (Foto: Helio de Freitas)

Participaram da cerimônia o vice-governador, José Carlos Barbosa; os deputados federais Vander Loubet (PT), Camila Jara (PT) e Geraldo Resende (PSDB); o prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB); e o reitor da UFGD, Jones Dari Goettert.

A próxima parte da agenda será a visita às obras da Unidade da Mulher e da Criança do Hospital Universitário da UFGD, às 14h.

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