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Interior

Mortes de trabalhadores em silos ocorreram por descumprimento de empresas

Relatório de perícia mostra que obrigações de segurança e saúde do trabalho não estavam sendo cumpridas

Izabela Cavalcanti | 11/08/2022 12:25
Uma das unidades armazanadoras de grãos, em Chapadão do Sul (Foto: Divulgação/MPT-MS)
Uma das unidades armazanadoras de grãos, em Chapadão do Sul (Foto: Divulgação/MPT-MS)

As duas mortes de trabalhadores ocorridas em silos, - unidades armazenadoras de grãos -, de Chapadão do Sul, tiveram como principais fatores o descumprimento, por parte das empresas, de diversas obrigações relativas à segurança e saúde do trabalho. O caso foi concluído pela Divisão de Perícias do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul.

Essas conclusões fazem parte de relatórios finalizados pelo perito em Engenharia de Segurança do Trabalho Luiz Carlos Alves da Luz. As inspeções feitas nos estabelecimentos consistiram na vistoria in-loco, entrevistas com trabalhadores, registros fotográficos e análise de documentos e das condições de segurança e saúde ocupacional.

“Foi necessário entendermos no que consiste o trabalho, sua variabilidade, como ele se organiza, quais as dificuldades para sua realização com sucesso pelos operadores, os mecanismos e o funcionamento das proteções, entre outros pontos”, esclareceu o perito, em trecho do relatório.

Entenda – Os empregados Cezar Nunes Souza, de 22 anos, e Elias Venâncio da Silva, de 47 anos, morreram nos dias 13 de junho e 4 de julho, respectivamente. O motivo do acidente foi provocado por engolfamento – captura de uma pessoa por grãos, que quando aspirados, provocam a morte por enchimento ou obstrução do sistema respiratório -.

O acidente laboral que vitimou o trabalhador Cezar Nunes Souza aconteceu na sede da empresa Bunge Alimentos S.A. em Chapadão do Sul. Cezar prestava serviços por intermédio de acordo celebrado com o Sintran (Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral), do município.

Conforme informações de dois trabalhadores da empresa, no dia do acidente, todos utilizavam cinto de segurança, trava quedas, botinas de segurança, máscara de proteção respiratória, capacete, luvas e óculos de proteção. No entanto, próximo ao horário da ocorrência, as atividades aconteceram sem vigia ou supervisor, sendo que era comum a desconexão do cinto, após os trabalhadores chegarem na parte mais baixa do piso do armazém.

Já o trabalhador Elias Venâncio da Silva prestava serviços na empresa JVB Armazéns Gerais Ltda. Segundo informações veiculadas na época, Elias não teria respeitado as ordens de segurança no trabalho nem estava usando equipamento de proteção individual.

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