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Interior

Na fronteira, dono de carro atingido com 28 tiros faz apelo: "Não sou talarico"

Ele recebeu ameaças pelo celular, registrou Boletim de Ocorrência e pede para não morrer

Aline dos Santos | 10/08/2022 11:44
Ameaça enviada para celular de empresário de Ponta Porã. (Foto: Reprodução)
Ameaça enviada para celular de empresário de Ponta Porã. (Foto: Reprodução)

Após receber ameaças no celular e ter o veículo atingido por 28 tiros na Linha Internacional, que divide Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, o empresário Thales Garcia Cárfaro, 32 anos, faz um apelo para não morrer.

Ele decidiu dar publicidade para a situação que enfrenta numa tentativa de informar aos autores que não é “talarico”. Ou seja, garante não ter se relacionado com mulher comprometida.

“Na verdade, procurei a imprensa para esclarecer a situação. Não sou talarico. Quero tentar me explicar, já que eles não respondem as mensagens, não me dão abertura. Eles podem estar me confundido com alguém. Não fiz nada de errado. Nunca tive problema com nada e com ninguém’, afirma o empresário, que mora há quatro anos em Mato Grosso do Sul.

Ele fala da fronteira que acumula episódios de violência e sangue. No Estado, a taxa de homicídios é de 15,5 por 100 mil habitantes. Contudo, quando a análise é específica sobre Ponta Porã a taxa é o triplo: 53,5.

O empresário conta que se separou da esposa recentemente e manteve pouquíssimos relacionamentos nos últimos dois meses. “E eu conheço com quem eu me envolvi”, diz.

Porém, a primeira ameaça veio na tarde da última quinta-feira (dia 4). O relato foi de que levaria tiro por gostar de mexer com a mulher dos outros. “Vou ensinar pra vocês o que acontece com talarico aqui”, diz o texto.

No dia seguinte, uma sexta-feira, o Audi de Thales foi crivado de balas. O veiculo estava vazio e não houve feridos. O ataque foi noticiado pela imprensa paraguaia.

Veículo estava estacionado na Linha Intenacional e foi crivado de balas.
Veículo estava estacionado na Linha Intenacional e foi crivado de balas.

No dia 6 de agosto, ele registrou Boletim de Ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã por ameaça e disparos de arma de fogo. No documento, informa que estava em um cassino, do lado paraguaio, quando foi alertado sobre os disparos efetuados pelos ocupantes de um Fiat Uno.

Na segunda-feira (dia 8), nova ameaça chegou pelo celular, alertando que os tiros foram um recado e da próxima vez ele estaria no carro. Thales afirma que foram recolhidas 28 cápsulas de munição 9 milímetros, com 31 perfurações no veículo.

“Prezo pela minha vida e pelos meus filhos. Como a pessoa não fala o que eu fiz, eu presumo que seja um engano. Como vai ficar a minha vida agora? Prefiro a exposição do que morrer”.

De acordo com o delegado Matheus Tarchetti Peixoto, há investigação em curso para levantar informações se existe ligação entre as ameaças e os tiros. As ameaças partiram de números registrados em Mato Grosso do Sul e no Paraguai.

Quanto aos disparos, o levantamento primeiro é para esclarecer se houve crime em território brasileiro. “Iniciamos as investigações para que se proceda melhor esclarecimentos dos fatos, com visualização de câmeras. Se não houver nenhum tipo de crime no Brasil, vai ficar a cargo da polícia do Paraguai”, afirma o delegado.

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