Paraguai oferece dinheiro para prender líderes de grupo terrorista
Recompensa de 1 milhão de guaranis (700 reais) é primeira iniciativa do novo governo para prender líderes do EPP
Duas semanas após a posse do presidente Mario Abdo Benítez, do conservador e de direita Partido Colorado, o novo governo do Paraguai lança a primeira investida contra o EPP (Exército do Povo Paraguaio), um grupo terrorista que atua no Departamento de San Pedro, a 70 km da fronteira com a região sul de Mato Grosso do Sul.
O governo paraguaio está oferecendo recompensa de 1 milhão de guaranis por informação que leve ao paradeiro dos cinco principais líderes do EPP, três homens e duas mulheres. Cartazes com as fotos dos chefes do bando estão sendo espalhados pelo país e distribuídos em redes sociais.
“Procurados por homicídio, sequestro, terrorismo, roubo agravado e associação criminosa. Recompensa [para cada um] de 1 milhão de guaranis”, diz o cartaz, com a foto dos “cabeças” do EPP. Pela cotação atual, 1 milhão de guaranis equivalem a 700 reais.
O cartaz de “procurados” tem um número de telefone do Paraguai e promete manter em sigilo a identidade do denunciante.
Os procurados são Osvaldo Daniel Villalba, o “Comandante Alexander”, Manuel Cristaldo Mieres, o “Santiago”, Alejandro Ramos Morel, o “Tenente J”, Liliana Elizabeth Villalba Ayala e Magna María Meza Martínez, a “Leti”.
Ao todo, segundo o governo paraguaio, são 29 integrantes do EPP com ordem de prisão.
Responsável pelo sequestro de policiais, comerciantes e produtores rurais da faixa de fronteira, o EPP também assumiu ataques armados à Polícia Nacional, como um ocorrido em 2015, quando cinco agentes foram mortos e as viaturas incendiadas na estrada.
No ano seguinte, o EPP matou oito membros da FTC (Força de Tarefa Conjunta), um grupo especial formado por soldados e policiais, criado especialmente para enfrentar os terroristas.
Os guerrilheiros também são acusados de ligações com narcotraficantes, entre eles os brasileiros Jarvis Gimenes Pavão, que ficou oito anos preso no Paraguai e em dezembro do ano passado foi extraditado para o Brasil, e Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", também preso em território brasileiro.