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Interior

Prefeito diz que confia em ex-padre acusado de desviar R$ 500 mil de município

Bruno Chaves | 11/02/2014 14:32
Ex-Secretário de Assistência Social e ex-padre é acusado de lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato e posse ilegal de munição de uso permitido (Foto: Reprodução)
Ex-Secretário de Assistência Social e ex-padre é acusado de lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato e posse ilegal de munição de uso permitido (Foto: Reprodução)

“Tudo está na mão da Justiça, que está analisando o caso. Depois disso vou saber se houve escândalo e desvio. Ele trabalha há cinco anos na prefeitura, foi padre e tem a reserva dele de R$ 60 a R$ 70 mil. Ele é uma pessoa que ganha R$ 4,5 mil por mês e tem um caminhão, uma moto velha, um terreno e duas casas. Não sei onde tem enriquecimento ilícito”.

A afirmação em defesa do ex-secretário municipal de Assistência Social, Administração e Saúde de Guia Lopes da Laguna, Edivaldo Soares Pereira, acusado de fraudar licitações e desviar R$ 500 mil, é do prefeito Jácomo Dagostin (PMDB), que acredita na integridade moral do ex-padre e ex-secretário. Para ele, as acusações de fraude e desvio partiram de uma oposição fracassada que não quer ver o município prosperar.

Em inquérito policial da segunda-feira (10), Edivaldo foi indiciado pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) por lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato e posse ilegal de munição de uso permitido. As investigações da Polícia Civil duraram oito meses até os crimes serem comprovados.

Apesar de acreditar na inocência de Edivaldo, o prefeito Jácomo optou por exonerá-lo. “Por causa das investigações”, disse. O chefe do Executivo Municipal contou ao Campo Grande News que entrou contato com o delegado responsável pelo caso, João Eduardo Davanço, para dar todo seu apoio às investigações, inclusive oferecendo documentos da prefeitura.

“A verdade vai aparecer. Confio no secretário Edivaldo, inclusive no pessoal que faz as licitações e nos advogados. Isso é uma barbaridade. Estou chateado e entristecido com essas pessoas que não querem que o município prospere. Estou chateado com a forma em que foram feitas essas denúncias. Mais para frente vamos saber a verdade”, opinou.

O caso – Em continuidade as investigações ocorridas durante a Operação PC-27 II, realizada em novembro do ano passado, a Polícia Civil cumpriu seis mandados de busca e apreensão nas cidades de Guia Lopes da Laguna e Dois Irmãos do Buriti.

Segundo a Polícia Civil, a Deco apurou o desvio de verbas públicas da Prefeitura de Guia Lopes praticadas pelo secretário Edivaldo, através de fraude à licitação e lavagem de dinheiro. No dia do cumprimento dos mandados de busca, o ex-padre não foi localizado em Guia Lopes.

Entretanto, na casa dele, além de munições de calibre 22, diversos documentos relacionados ao desempenho irregular de suas funções na prefeitura do município e vários documentos indicativos de uma evolução patrimonial incompatível com a renda que possui foram apreendidos.

“Após assumir a função de secretário de Guia Lopes da Laguna em 2009, tendo exercido e acumulado as funções de secretário de assistência social, saúde e de administração, Edivaldo vem apresentando evolução patrimonial e movimentação financeira incompatível com seus rendimentos de secretário municipal”, disse o delegado por meio da assessoria da Polícia Civil.

“Ele inclusive adquiriu diversos bens móveis e imóveis, em nome próprio e de terceiros, para ocultar e dissimular os valores desviados da prefeitura”, emendou Davanço.

Crimes – Edivaldo foi indiciado por lavagem de dinheiro e foi afastado do exercício das funções de secretário municipal. A polícia representou pelo sequestro dos bens móveis e imóveis adquiridos Poe ele, após assumir a função de secretário municipal, por haver fortes indícios nos autos da origem ilícita do dinheiro com que adquiriu os bens.

Ele é acusado de lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato e posse ilegal de munição de uso permitido. O ex-padre não está preso.

(Editado às 15:00, do dia 11 de fevereiro de 2014, para correção de informação).

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