ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  27    CAMPO GRANDE 26º

Interior

Prefeito mantém decreto dos 21 dias de oração, mas quer conversar com a OAB

Decreto que prevê oração e jejum na cidade contra o coronavírus recebeu críticas jurídicas

Leonardo Rocha | 19/05/2020 12:02
Prefeito Iranil de Souza Soares (PSDB), em discurso na Câmara Municipal (Foto: Divulgação - PML)
Prefeito Iranil de Souza Soares (PSDB), em discurso na Câmara Municipal (Foto: Divulgação - PML)

O prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares (PSDB), manteve em vigor o decreto que convoca os moradores da cidade para 21 dias de oração e 1 de jejum, contra a pandemia do coronavírus. Ele vai se reunir com a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) para discutir a legalidade do documento.

Segundo a assessoria da prefeitura, não existe intenção de revogar o decreto, mas que vai buscar uma reunião para conversar com os representantes da OAB. O objetivo é esclarecer que pontos da peça são considerados inconstitucionais pela órgão, que já divulgou que irá entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade.

A princípio o prefeito deve marcar uma reunião com representantes da OAB na unidade de Corumbá, para discutir o tema. O presidente da Ordem, Mansour Elias Karmouche, afirmou que o decreto é “totalmente inconstitucional”, já que segundo ele, a prefeitura não pode obrigar as pessoas a rezarem ou jejuarem. “Isto não é obrigação do município”.

Karmouche ponderou que a Constituição não prevê a possibilidade de decretos com esta finalidade. Ainda criticou que "essas invencionices tiram a credibilidade” da realização de medidas de prevenção e proteção a vidam, durante a pandemia de coronavírus.

Por meio da assessoria, a prefeitura alegou que o decreto “não é impositivo e não traz nenhuma ofensa a qualquer religião” e que a intenção foi pedir às pessoas que acreditam em Deus a orar pela cidade, nestes 21 dias.

O chefe do Executivo informou ainda que consultou a base aliada antes de baixar o decreto e que foram realizadas outras medidas contra pandemia, como ações de prevenção no comércio e feiras livres, assim como uso obrigatório de máscaras, toque de recolher, e regras para academias.

Nos siga no Google Notícias