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Interior

Produtores querem Polícia Federal para retirar gado de fazendas invadidas

Luciana Brazil | 28/10/2013 11:00
Restos de comida e objetos ao chão na cozinha de uma das fazendas, em Japorã.
Restos de comida e objetos ao chão na cozinha de uma das fazendas, em Japorã.

Produtores rurais de Japorã, a 487 quilômetros de Campo Grande, que tiveram as fazendas invadidas nos últimos dias por índios da etnia Guarani-Kaiowá, querem reforço da Polícia Federal para retirar cabeças de gado que continuam nas propriedades.

Itamar Vargo, 35 anos, dono da Fazenda São José que foi invadida ontem (27), espera agora que Polícia Federal “interceda” para que ele possa retirar as 600 cabeças de gado da propriedade, além dos pertences da família e outros animais.

“Já solicitei a ajuda e eles ficaram de vir hoje, mas o que eu fiquei sabendo é que os índios já fecharam a estrada que liga Iguatemi a Sete Quedas. E aí dificulta tudo”. Os produtores afirmam que o clima está tenso na região.

A esposa de Itamar, Márcia Ana, 39, lembra que há quase 10 anos a mesma fazenda foi invadida pelos indígenas. As 350 cabeças de gado da família ficaram para trás. “Até hoje não fomos ressarcidos. Perdemos o dinheiro do gado. Ninguém provou que tinha sido os índios”, reforça.

Segundo ela, mesmo antes da invasão, durante quase um ano, a família perdeu quase 50 cabeças de gado por causa dos índios. “Eles entram nas fazendas, andam por aí. Só a gente perdeu 49 cabeças”.

Durante a invasão de ontem, por volta das 9 horas, Itamar disse que índios chegaram armados e teriam agredido um adolescente de 15 anos, filho de um dos empregados da fazenda.

Todos os produtores da região esperam receber ajuda da Polícia Federal para retirar gados e pertences das fazendas.

Desde sábado (26), duas fazendas foram invadidas em Japorã. Com essas novas invações, o número de sedes ocupadas pelos Guaranis-Kaiowá chega a 13, conforme o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Hilário Parisi.

Mas ao todo, já são 14 áreas invadidas, sendo que apenas em uma delas, na fazenda São Jorge, a sede ainda não foi ocupada.

Ele explica que a contagem das áreas é feita tanto pela sede da fazenda quanto pela área da propriedade, o que pode gerar confusão no levantamento.

"Todas as 14 propriedades já estão invadidas porque os índios entram nas fazendas e ficam nos retiros, nas pontas das fazendas. Por isso, ao todo são 14 fazendas, mas 13 sedes".

Além disso, Hilário ressalta que o clima na região é tenso. “É uma indignação tremenda. Sensação de impunidade. Eles entraram nas fazendas e não deixam os produtores nem retirar o gado e nem entrar no pasto para tratar dos animais. Todos estão saindo fugidos”, contou.

Indígenas: Os indígenas da etnia Guarani-Kaiowa reivindicam há 10 anos a demarcação da área de 9,460 mil hectares, que fica próxima ao Rio Iguatemi, em Japorã. A Aldeia Porto Lindo, que fica ao lado da região das fazendas, possui cerca de cinco mil indígenas.

A invasão das propriedades começou há bastante tempo e até já houve conflito entre produtores e indígenas há 10 anos.

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