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Interior

Quadrilha do transporte escolar pode ter desviado R$ 3,6 milhões, diz PF

Bruno Chaves | 09/04/2014 17:30
Autoridades federais em coletiva de imprensa que revelou detalhes da operação (Foto: Reprodução/Perfil News/Léo Lima)
Autoridades federais em coletiva de imprensa que revelou detalhes da operação (Foto: Reprodução/Perfil News/Léo Lima)

Indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha e fraude a licitações, 30 pessoas envolvidas no esquema de falcatrua no transporte escolar de Água Clara, a 198 quilômetros de Campo Grande, podem ter que devolver R$ 3,6 milhões aos cofres da cidade.

Conforme o delegado federal Cheng Fan, da Superintendência de Polícia Federal em Campo Grande, a Operação Barnun da PF e da CGU (Controladoria-Geral da União) foi um lucro para a sociedade, já que levantou os valores das fraudes e a possibilidade do ressarcimento dos valores desviados.

Autoridades federais convocaram coletiva de imprensa nesta terça-feira (9), em Três Lagoas, para divulgar detalhes da operação. Conforme publicou o jornal Perfil News, até o momento, o esquema de corrupção rendeu R$ 3.665.391,95. O valor foi dividido entre empresas participantes de licitações e servidores públicos do município. Entre os envolvidos, está o ex-prefeito Edvaldo Alves de Queiróz, conhecido como Tupete.

Investigações apontaram que servidores públicos municipais e empresários maquiaram licitações do transporte escolar que recebiam recursos do Governo Federal. Análises feitas em dois pregões, um de 2010 e outro de 2011, comprovaram que empresas foram contratadas pelo valor de R$ 3,6 milhões.

Ficou provado que não havia concorrência entre as empresas que participaram das licitações. Vencia, sempre, a proposta de maior valor. Fato que chamou a atenção das autoridades foi o de que documentos apresentados em cada licitação tinham os mesmos erros de ortografia, ou seja, eram empresas diferentes, mas com os mesmos documentos.

O trabalho policial de investigação teve início em 2011, conforme explicou o delegado federal Nivaldo Lopes da Silva. A investigação levantou o direcionamento de licitações e conluio entre empresas participantes, com desvio de recursos públicos na Prefeitura de Água Clara na gestão 2008/2012.

Só nesta quarta-feira (9), 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da prefeitura, em um escritório de consultoria empresarial e em escritórios de contabilidade. Até o momento, 30 pessoas foram indiciadas. Entretanto, esse número pode crescer ao longo das investigações que continuam.

O material apreendido será analisado e os envolvidos começarão a ser interrogados a partir de amanhã (10). Mesmo assim, Nivaldo adiantou que o Ministério Público Federal exigiu o ressarcimento dos valores desviados e que os envolvidos, caso sejam condenados, terão que cumprir pena de até quatro anos de prisão.

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