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Interior

Sem dinheiro para conter vírus, sala do prefeito vira fábrica de máscara

Secretária de Saúde de Batayporã diz que até esta quarta, única cidade de MS com mortes por Covid-19 só recebeu R$ 32 mil a mais

Helio de Freitas, enviado especial a Batayporã | 09/04/2020 06:50
Servidoras da prefeitura fabricam máscaras sobre a mesa de reuniões no gabinete; ao fundo, o prefeito Jorge Takahashi (Foto: Helio de Freitas)
Servidoras da prefeitura fabricam máscaras sobre a mesa de reuniões no gabinete; ao fundo, o prefeito Jorge Takahashi (Foto: Helio de Freitas)

Única cidade de Mato Grosso do Sul a registrar, até esta quarta-feira (8), mortes provocadas pelo novo coronavírus, Batayporã, ainda espera por socorro financeiro para enfrentar a pandemia que já matou dois de seus 11.320 moradores e contagiou outros quatro, todos em isolamento domiciliar.

Na manhã de quarta-feira, enquanto o governo de Mato Grosso do Sul anunciava a transferência de R$ 9,5 milhões para 41 municípios – entre eles Batayporã – quatro servidoras da prefeitura confeccionavam máscaras para uso dos próprios funcionários públicos. O trabalho é manual, usando tecido, tesoura, régua e grampeador.

A bancada de trabalho foi a mesa de reuniões no gabinete do prefeito Jorge Luiz Takahashi (MDB). Enquanto as servidoras faziam as máscaras, ao fundo da sala o prefeito assinava documentos e conversava com o Campo Grande News.

A secretária municipal de Saúde Marcela Leite Macedo disse que até agora a único reforço financeiro recebido pelo município de Batayporã foram R$ 32.189, repassados pelo governo federal no dia 31 de março. Do Estado, segundo ela, o município recebeu EPIs (Equipamentos de Proteção Individual, como máscaras e aventais) e álcool gel.

Entretanto, o estoque enviado pelo Estado foi destinado para as equipes de saúde. As máscaras que estavam sendo fabricadas na sala do prefeito nesta quarta-feira serão usadas por servidores de outros serviços essenciais, como pessoal da limpeza pública, guardas municipais e equipe do Paço Municipal.

A secretária de Saúde afirma que mesmo com falta de dinheiro, a prefeitura vai ampliar os serviços destinados a atender pacientes com suspeita de coronavírus.

Marcela Macedo disse que até semana que vem começa a funcionar o centro de triagem. Dois enfermeiros e dois auxiliares de enfermagem vão trabalhar no setor, para avaliar os casos suspeitos de coronavírus considerados mais graves. Os demais continuarão sendo atendidos pelo serviço convencional.

Além de reduzir a circulação de pessoas com suspeita de contágio nas unidades de saúde, o serviço vai diminuir o fluxo de pessoas enviadas para o Hospital Regional de Nova Andradina, cidade a 10 km de distância.

Segundo a secretária, a decisão pela instalação do centro de triagem ocorreu após a confirmação da segunda morte de morador da cidade por Covid-19. Marcela Macedo disse que o espaço exclusivo para triagem de sintomáticos graves vai evitar que esses pacientes tenham contato com demais moradores que procuram atendimento nas unidades por outros motivos.

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