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Interior

Tribunal nega liberdade à “patroa do tráfico” que enviava droga a 3 Estados

Presa em março, Camila Zeballos também é suspeita de ordenar execuções na fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 06/04/2021 16:57
Camila é conduzida por policial da Defron no dia em que foi presa (Foto: Adilson Domingos)
Camila é conduzida por policial da Defron no dia em que foi presa (Foto: Adilson Domingos)

Pela segunda vez, a Justiça negou liberdade para a paraguaia Camila Zeballos Villa Alta, 28, a “patroa do tráfico” acusada de comandar junto com o marido a remessa de maconha e pasta-base de cocaína do Paraguai para São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

Ela foi presa no dia 9 de março no aeroporto de Dourados (a 233 km de Campo Grande) quando se preparava para embarcar para Salvador (BA) com as duas filhas pequenas.

No dia anterior, cinco integrantes da quadrilha chefiada por Camila tinham sido presos por policiais da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira)  em entreposto de drogas em Ponta Porã. No local foram encontradas sete toneladas de maconha.

O relaxamento da prisão preventiva já tinha sido negado pelo juiz Marcelo Guimarães Marques, da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã. As advogadas de defesa Tainá Carpes e Nathaly Marceli de Souza Santos entraram então com pedido de habeas corpus no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

No recurso com pedido de liminar para soltura imediata de Camila, as advogadas alegaram constrangimento ilegal por parte do juiz de Ponta Porã, já que, segundo a defesa, estão ausentes os requisitos que autorizam a manutenção da custódia.

Nesta segunda-feira (5), o pedido foi negado pelo relator do habeas corpus na 3ª Câmara Criminal do TJ, desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva. No despacho, publicado hoje, Bonassini cita a investigação policial apontando o envolvimento de Camila em organização criminosa voltada ao tráfico de drogas.

O desembargador também faz referência à suspeita de ligação da paraguaia com recentes execuções na fronteira. Camila é investigada por participação no assassinato de três integrantes da quadrilha, dias antes da prisão dela. Com a decisão provisória do relator, o habeas corpus será incluído na pauta de votação da 3ª Câmara Criminal, para análise do colegiado.

Tráfico e mortes – Camila comanda a rota de maconha e pasta-base de cocaína de Ponta Porã para os outros Estados junto com o marido, Mauricio Alberto Pallos de Souza, 30, o “Mau-Mau”, integrante da facção “Bonde do Maluco” e que está preso na Bahia.

No dia 8 de março, equipes da Defron chegaram ao depósito mantido pela quadrilha em Ponta Porã. Além da maconha, os policiais apreenderam no local o caminhão que estava sendo carregado com a droga e o carro de Camila, um SUV Hyundai IX35.

Para tentar escapar do flagrante, ela veio para Dourados e comprou passagens para seguir de avião com as filhas para a capital baiana, mas foi presa minutos antes do embarque.

Camila Zeballos Villa Alta também é investigada como suspeita de ter ordenado as execuções de dois homens e uma mulher ocorridas no início de março em Ponta Porã. A própria Camila teria degolado Wathylla Pereira Soares, 26.

O corpo dele foi encontrado no dia 3 em uma rua de terra na região do Jardim Monte Alto, próximo à MS-164 e a poucos metros da linha internacional que separa o município de Ponta Porã do Paraguai.

No dia seguinte, a cem metros do local onde Wathylla foi degolado, foram encontrados os corpos de Adeilton Rocha dos Santos, 52, natural de Flexeiras (AL), e de Maria Carolina Alves Pulquerio, 18, natural de Anápolis (GO). Os dois foram executados com tiros de pistola 9 milímetros.

Wathylla, Adeilton e Carolina seriam integrantes da quadrilha chefiada por Camila e executados por desacertos internos. Ouvida pela polícia, Camila ficou em silêncio.

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