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Interior

Tribunal reduz em 33 anos pena de “Pingo”, chefe de cigarreiros

Ex-policial militar Fábio Costa foi preso em outubro, no Paraguai e está no presídio de Mossoró

Helio de Freitas, de Dourados | 24/09/2021 12:07
Fábio Costa, o “Pingo”, em uma de suas casas no Paraguai, antes de ser preso. (Foto: Arquivo)
Fábio Costa, o “Pingo”, em uma de suas casas no Paraguai, antes de ser preso. (Foto: Arquivo)

A 11ª turma do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) reduziu em 83% a condenação do ex-policial militar Fábio Costa, o “Pingo”, apontado como um dos principais chefes da máfia do cigarro na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A decisão foi tomada ontem (23), por unanimidade.

Ele tinha sido condenado no dia 13 de fevereiro deste ano pelo juiz Ney Gustavo Paes de Andrade, da Justiça Federal, em Ponta Porã, a 39 anos de prisão por contrabando, organização criminosa e corrupção ativa (as quadrilhas são acusadas de subornar policiais para a passagem dos caminhões com cigarro ilegal).

A sentença foi determinada no âmbito da Operação Nepsis, deflagrada pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal, em setembro de 2018, para desmantelar gigantesco esquema de contrabando protegido por policiais civis, militares e agentes da PRF.

Em janeiro deste ano, a Justiça Federal havia condenado 21 réus de uma das ações instauradas após a operação. Entre os condenados, estavam dois “patrões” da máfia do cigarro, Ângelo Guimarães Ballerini, o “Alemão”, (condenado a 64 anos), e Valdenir Pereira dos Santos, o “Perna”, (condenado a 66 anos).

Como “Pingo” estava foragido, o processo foi desmembrado e a sentença dele saiu um mês depois. Entretanto, o MPF (Ministério Público Federal) recorreu para que Fábio Costa pegasse a mesma pena atribuída a “Alemão” e “Perna”, pois o juiz de Ponta Porã havia absolvido o ex-PM em dois ciclos da denúncia.

A defesa feita pelos advogados Joan Carlos Xavier Biserra, Diego Marcos Gonçalves e Fabio Adriano Rombaldo, também recorreu ao TRF pedindo a absolvição de Fábio Costa.

Na sessão de ontem, presidida pelo desembargador José Lunardelli, a 11ª turma negou o recurso do MPF e acatou parcialmente a apelação da defesa, absolvendo “Pingo” dos crimes de contrabando e corrupção ativa.

Foi mantida apenas a condenação por organização criminosa. O advogado Diego Marcos Gonçalves fez a sustentação oral do recurso. Ele informou ao Campo Grande News que a defesa prepara novo recurso, para pedir a absolvição total.

Patrão – Fábio Costa ficou famoso por aparecer em redes sociais ostentando grossas correntes e pulseiras de ouro ao lado da piscina de uma de suas casas na fronteira.

Depois de dois anos foragido da polícia brasileira e incluído na lista dos 26 bandidos mais procurados do Ministério da Justiça, o ex-PM foi preso no dia 11 de outubro do ano passado, em condomínio de luxo em Salto del Guairá, cidade paraguaia vizinha de Mundo Novo (a 476 km de Campo Grande).

Cinco dias depois, “Pingo” foi entregue à Polícia Federal brasileira em Foz do Iguaçu (PR) e, atualmente, está recolhido no Presídio Federal de Mossoró (RN).

Ele também é réu por contrabando, corrupção ativa e organização criminosa em outro processo, no âmbito da Operação Teçá (deflagrada em agosto de 2019), que tramita na Justiça Federal, em Naviraí.

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