Unei é acusada de espancar adolescente que morreu em Dourados
O adolescente morreu na madrugada do último domingo
Rosana Carolina Freire Viana, 33 anos, mãe do interno Elieverton Freire Viana, 16 anos, que morreu na madrugada do último domingo (31) no Hospital da Vida, acusa a Unei (Unidade Educacional de Internação) Laranja Doce, em Dourados, de espancar seu filho.
Na certidão de óbito consta que o garoto morreu pela ruptura do baço, trauma abdominal e hemorragia. A mãe disse que vai entrar na Justiça contra o Estado para responsabilizá-lo pela morte do filho que estava sob sua responsabilidade.
O adolescente estava na Unei desde março desse ano pela prática de assalto a mão armada. Rosana conta que entregou o filho com saúde, e eles devolveram dentro de um caixão. “Ele estava bem, seja o que for a causa da morte dele, o responsável é o Estado”.
Segundo Rosana, o garoto foi espancado dentro da Unidade. “É o que consta na certidão de óbito dele”, disse Rosana.
Segundo ela, o órgão não informou que o filho estava doente e que só ficou sabendo por causa de uma vizinha, que estava com um parente interando no Hospital da vida.
“Fui visitá-lo na sexta-feira, mas a internação foi na quarta. Perguntei se alguém tinha feito mal a ele, então ele olhou para o lado onde estava um agente e não disse nada.
O diretor da Unei Odenir Alves de Souza, disse que o adolescente recebeu toda assistência necessária desde o memento que apresentou problemas de saúde.
Odenir suspeita de que tenha havido negligência médica, por parte do profissional que atendeu o adolescente. “De forma alguma ele deveria ter recebido alta, ele retornou para a Unei pior do que estava”.
Conforme ele, o médico foi questionado pela nossa enfermeira sobre a saúde do adolescente. "Ele disse que ia aplicar um medicamento e se fosse para ficar tomando soro no hospital era melhor voltar para a Unei", disse o diretor.
O quadro do garoto piorou e foi internado na madrugada de domingo. O adolescente foi direto para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "É um absurdo enorme isso, o médico disse no começo que o garoto não tinha nada e agora vem dizer que ele estava com hematomas", declara o diretor.
Conforme ele, ainda não recebeu o laudo oficial do IML (Instituto Médico Legal) e nem a cópia da certidão de óbito que apontam as reais causas da morte. “Tudo está ainda em processo de apuração, o que eu posso garantir é que toda a assistência foi prestada ao adolescente.
O diretor conta que a unidade recebe a visita do Ministério Público e da defensoria pública toda semana e do juizado da infância a adolescência pelo menos uma vez por mês. Eles verificam se há alguma irregularidade dentro da Unei.
Afastamento – Atualmente existem dez agentes afastados da Unidade masculina, respondendo processo criminal, a maioria por maus tratos. “A gente leva a fama de torturador, mas tem funcionário que extrapola. Estes já estão sendo punidos”, afirma Odenir.
O coordenador das unidades, coronel Hilton Vilassanti, disse que recebeu a informação que o adolescente estava internado, recebeu alta, passou mal e foi levado novamente para o hospital, onde morreu.
Segundo o coordenador, até o momento não foi registrado nenhuma denúncia de que o interno morreu por conta de agressão ou qualquer outra coisa. “Nós não nos omitiremos diante desse fato e vamos procurar saber quem é o responsável e se caso houver este será responsabilizado”, finaliza o coronel. (Com informações do site Dourados Agora)