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Cidades

Manifestantes dormiram esta noite na sede do Incra

Redação | 25/11/2010 09:38

Cerca de 600 pessoas, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), continuam nesta manhã cercando o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Capital. Eles estão espalhados na entrada, na lateral e na garagem da sede. Crianças, homens e mulheres levaram colchões, água e alguns até barracas para se instalarem no local, onde inclusive dormiram esta noite. Os manifestantes afirmam que na tarde de hoje haverá uma reunião com o superintendente, o que pode dar fim ao protesto, dependendo da negociação.

Com três banheiros químicos instalados, que já exalam cheiro desagradável, os manifestantes estão acomodados no local e pretendem sair apenas depois de negociação com o Incra, que pode ocorrer, conforme Betel da Silva, integrante da direção do MST no estado, na tarde de hoje (25).

Betel da Silva afirmou que reunião de ontem do Incra, em Brasília, foi para definir questões nacionais da reforma agrária, e não para discutir os problemas específicos de Mato Grosso do Sul, que vive uma situação diferenciada após a operação em que foram descobertas irregularidades na administração do Incra local, em que até foi exonerado do cargo o ex-superintendente Waldir Cipriano.

Já a reunião desta tarde, segundo Betel, será na sede do Incra na Capital, com a presença do atual superintendente, Manuel Neves, que conforme o manifestante, chegou de Brasília na noite de ontem. "Hoje vamos falar sobre o problema de Mato Grosso do Sul. Nós não queremos que as famílias inocentes sejam prejudicadas pelos erros dos outros. Quem não está envolvido na irregularidade que está sendo investigada tem que continuar recebendo os recursos", afirmou Betel, que reclama que a liberação de verbas para a reforma agrária foi interrompida desde a descoberta de irregularidades.

A reunião com o atual superintendente, conforme Betel, deve ocorrer por volta das 14h. "Se não houver diálogo, se não houver o avanço das negociações, haverá um grande conflito agrário no estado", afirma.

Deiseane Aparecida Fernandes, 18 anos, está com a família toda na sede do Incra desde ontem. Com as duas filhas e o marido, a jovem afirma que foi criada no movimento. "Minha mãe morava em um assentamento, desde os nove anos que vivemos assim", disse ela. Deiseane vive agora acampada no assentamento Joaquim Pereira Veraz, na BR 163, e reivindica uma área para viver com as filhas e marido.

Assim como ela, Rosângela Vargas, 33 anos, também pretende ficar na sede até que o Incra se posicione sobre os procedimentos paralisados de liberação de recursos. "Tenho quatro filhos, todos nós somos acampados e já faz um ano e meio. Nós vamos ficar aqui para que eles escutem a gente e tomem alguma atitude", disse ela.

Os protestos do MST que acontecem desde ontem, ganharam hoje o apoio da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), e além da sede ocupada, pelo menos dez trechos de rodovias do estado estão tendo bloqueios no tráfego de veículos.

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