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Cidades

Ministro da Segurança anuncia criação de comissão contra o crime organizado

Raul Jungmann disse que uma das preocupações é com a atuação dos grupos criminosos de dentro dos presídios

Marta Ferreira | 20/07/2018 14:48
O ministro Raul Junggman na entrevista concedida aos jornalistas durante visita a Campo Grande nesta quinta-feira. (Foto: Saul Schramm)
O ministro Raul Junggman na entrevista concedida aos jornalistas durante visita a Campo Grande nesta quinta-feira. (Foto: Saul Schramm)

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou hoje (20) que será criada uma Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado. O foco da comissão será o combate às facções criminosas que atuam no sistema penitenciário brasileiro. O tema foi um dos assuntos de seminário sobre segurança na região de fronteira realizado nesta quinta-feira em Campo Grande, do qual o ministro participou.

Jungmann declarou que o controle dos grupos criminosos está tornando o Brasil refém do sistema prisional. Para o ministro, as organizações criminosas precisam ser enfrentadas porque representam hoje a maior ameaça à segurança do país. Ontem,  na visita a Campo Grande, ele disse que uma das facções que atuam, o PCC (Primeiro Comando da Capital), já atua em cinco países e o combate ao grupo criminoso exige acordo internacional.

“Hoje o sistema penitenciário brasileiro, que já é o terceiro maior do mundo, está sob o controle das facções e grupos criminosos, por isso eu estou criando a Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado reunindo todos os órgãos do governo federal e do governo estadual para combater as facções criminosas, que hoje representam a maior ameaça à segurança pública dos brasileiros e brasileiras e às instituições, à sociedade e à própria democracia”, afirmou à Agência Brasil

Jungmann disse ainda que o ministério vai financiar os estados que quiserem bloqueadores de sinais de celular e tornozeleiras para evitar o encarceramento de mais jovens. Jungmann citou ainda um projeto de lei que tramita no Congresso e prevê que os chefes de facções cumpram toda a pena no sistema de segurança máxima, e não apenas um ano como é hoje.

Conforme a proposta, as visitas íntimas não seriam mais permitidas e as visitas de familiares ou advogados teriam monitoramento. “Se nós não cortarmos o fluxo de comunicação entre o grande crime que está preso e o crime que está na rua nós, na verdade, estaremos enxugando gelo”, disse o ministro.

Números - De acordo com ele, o Brasil tem hoje, aproximadamente, 70 facções criminosas, desde locais até internacionais, como o PCC. Jungmann chamou a atenção ainda para a falta de controle sobre o sistema prisional.

“O controle é deficitário, existe infelizmente corrupção, falta de pessoal, falta de controle. E nós vamos lutar contra isso, criando o conselho nacional e tomando todas as medidas necessárias para combater o crime organizado. Pode ser inclusive através do Sistema Unificado de Segurança Pública, que faz com que, pela primeira vez, União, estados, municípios e todas as polícias estejam integradas na operação, na inteligência e no combate ao crime organizado”, declarou.

Segundo a Agência Brasil, a comissão nacional deverá ser composta pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Forças Armadas, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda que monitora a questão da lavagem de dinheiro, além do Banco Central e todas as polícias militares do país.

O ministro também adiantou que nas próximas semanas o presidente Michel Temer deve editar um decreto que cria uma política nacional para presos egressos e vai disponibilizar, inicialmente, R$ 50 milhões para iniciativas que inibam a reincidência de crimes. A forma como esse dinheiro será distribuído não foi detalhada.

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