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Cidades

Moradores querem comprar área invadida há anos no Leblon

Redação | 07/08/2009 11:51

Diante da possibilidade de despejo em poucos dias de uma área pública localizada no Jardim Leblon, em Campo Grande, moradores apelam à prefeitura para comprar os lotes onde moram.

Com decisão da juíza Maria Isabel de Matos Rocha, do último 4 de agosto, os moradores têm 30 dias para deixar local.

A área é parte de uma quadra da rua Manoel Joaquim de Moraes, tem 5 mil metros quadrados e recebeu o nome de Vila Vilma. No local moram cerca de oito famílias e já existem também estabelecimentos comerciais.

De acordo com relato de moradores, a área foi invadida há muitos anos e a maioria dos que estão hoje compraram os lotes de terceiros. Em 2006, um funcionário da prefeitura passou pelo local e percebeu que havia sido ocupado.

O caso foi comunicado à Prefeitura que entrou na Justiça com pedido de remoção das famílias. Os moradores procuraram o MPE (Ministério Público Estadual) para tentar permanecer no local.

No entanto, a lei diz que lotes públicos não podem ser vendidos, com exceção que haja interesse da própria administração.

A Justiça então definiu que os moradores devem deixar a área, pois as edificações serão demolidas.

As famílias querem agora audiência com o prefeito para tentar encontrar uma solução para o caso. A intenção deles é comprar os lotes. Eles argumentam que se a situação for regularizada, tanto a Prefeitura quanto os moradores, irão ganhar.

Tentativa - Para Adriano Gomes das Neves, que trabalha em uma loja de materiais usados de construção, que é do pai dele, se a Prefeitura autorizar a compra dos lotes, será vantajoso para os dois lados.

Para a Prefeitura que irá ganhar com venda e com os impostos e para os moradores e comerciantes que não precisarão arrumar outro local para viver.

Adriano aponta outra alternativa para a situação: que a Prefeitura conceda casas próximas dali para os moradores.

Ele diz que o comércio do pai gera emprego e renda para quatro famílias e se for demolido, estas poderão passar por dificuldades.

Segundo Adriano, o pai dele, Anilson Gordo das Neves, investiu pelo menos R$ 30 mil no local e se perde-lo, também terá dificuldades de se sustentar. "Eu sou novo, mas meu pai que tem 63 anos, o que vai fazer da vida, vai viver do que?".

Anílson comenta que não acreditava que a situação poderia chegar a esse ponto. "Ainda não estou acreditando", diz.

O motorista Vanderlei Petricioli Betio, garante que comprou o lote de 10 x 20m, há quatro anos, por R$ 5 mil. Ele construiu uma pequena casa porque tem medo de ser obrigado a sair. Vanderlei mora com os três filhos, sendo o mais velho, com sete anos.

"A vontade nossa é ficar aqui e regularizar a situação. Se não der certo, a gente vai ter que voltar a pagar aluguel, que é o que todo mundo corre".

Gilmar Gonçalves Gutierrez, também mora em lote do mesmo tamanho do de Vanderlei e diz que pagou a mesma quantia.

O mototaxista conta que já investiu de R$ 16 a R$ 20 mil na casa em que mora com a esposa. Ele se diz muito preocupado com a possibilidade de perder tudo. Gilmar sofreu um acidente e está afastado do trabalho.

Alternativa - Foi lançado pelo prefeito Nelsinho Trad (PMDB) o projeto Lote Legal que regulariza situação de terrenos públicos ocupados.

O secretário de Habitação, Paulo Matos, diz que a situação das famílias da Vila Vilma pode se enquadrar nesse projeto. "Tem que ser avaliada a situação dessa área e dessas famílias, dependendo pode entrar neste projeto".

Segundo ele, o projeto lançado na quarta-feira (5) e já regularizou 62 lotes. A expectativa, segundo ele, é que até o fim do mês chegue a até 200 terrenos regularizados.

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