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Cidades

Na porta de fazendas, sem-terra tomam conta de margem de rodovia

Movimentação de carros, motos e caminhonetes foi intensa no local entre quinta-feira e o domingo.

Ricardo Campos Jr. | 30/07/2018 11:08
Faixa à esquerda das placas com nomes das fazendas próximas revela que grupo é ligado ao movimento Luta (Foto: Lucimar Couto)
Faixa à esquerda das placas com nomes das fazendas próximas revela que grupo é ligado ao movimento Luta (Foto: Lucimar Couto)

Sem-terra ergueram acampamento às margens da MS-419 em Nioaque, a 179 quilômetros de Campo Grande. Entre a quinta-feira (26) e o domingo (30), houve intenso movimento de carros, motos e caminhonetes levando os materiais para erguer barracos, enquanto a vegetação era queimada e cortada para dar espaço às moradias improvisadas.

A estrutura foi montada rapidamente. Na véspera do fim de semana, só havia “casas de lona” em um dos lados da pista. Dois dias depois, pelo menos 25 já haviam tomado conta de ambos os lados, conforme é possível ver no vídeo abaixo. Os sem-terra engrossam uma estatística que, segundo os levantamentos mais recentes, ultrapassam 15 mil famílias.

O local fica ao lado da entrada para as fazendas Renata, Vaticano e Santo Antônio. A superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desconhece a invasão, mas aponta duas possíveis intenções do grupo, ligado ao MPL (Movimento Popular Luta).

Perto do trecho ficam as áreas que pertenciam ao líder religioso coreano Reverendo Moon, que há anos está sendo reivindicada para Reforma Agrária. Outra possibilidade, conforme o Incra, é que os sem-terra queriam pressionar a aceleração do processo de liberação de uma área ofertada ano passado por um produtor rural da região.

Movimentação de carros durante a montagem do acampamento (Foto: Lucimar Couto)
Movimentação de carros durante a montagem do acampamento (Foto: Lucimar Couto)

O Campo Grande News tentou contato com lideranças do MPL, mas ninguém atendeu as ligações. Da mesma forma, a equipe de reportagem tentou contatar o Sindicato Rural de Nioaque e o MNP (Movimento Nacional de Produtores), mas ninguém atendeu as ligações.

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