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Cidades

OAB cobra reação contra transferência de presos do RJ

Redação | 26/10/2009 07:45

O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) tem reuniões na manhã de hoje para articular uma audiência com secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, e com entidades como OAB, além de instituições religiosas, e juntos articularem medidas para expulsar líderes do tráfico de drogas do Rio de Janeiro, recém transferidos para Campo Grande.

O encontro deve ser marcado para a tarde desta segunda-feira

Hoje, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) emitiu nota de repúdio contra a

transferência de dez presos do Rio de Janeiro para Mato Grosso do Sul. Segundo a OAB, a indignação exposta pela entidade reflete o inconformismo de todos os sul-mato-grossenses com a "descabida e imotivada" decisão que está transformando a cidade na "Capital da prisão de alta periculosidade".

O presidente da entidade, Fábio Trad, argumenta que sequestros relâmpagos cada vez mais frequentes e outros crimes que, segundo a Polícia seriam para financiar grupos criminosos, já são reflexo da presença desse tipo de bandido.

"Está comprovado: a criminalidade em Campo Grande já aumentou em consequência do Presídio Federal, quadro agravado pelo caos no sistema penitenciário local", justifica o presidente da Ordem.

No documento, a Ordem convoca a sociedade e também exige reação de autoridades do Estado contra esse tipo de procedimento que já virou rotina. A OAB argumenta que o Rio de Janeiro não pode ser beneficiado as custas do prejuízo de Mato Grosso do Sul.

"Estamos aguardando que autoridades do Estado e do Município reajam. Se isso não acontecer em 2 dias, vamos apelar para medida judicial e tentar barrar via ação civil pública porque fere pos interessares do cidadão sul-mato-grossense", diz Trad.

A entidade critica o governo do Rio, argumentando que não tem demonstrado competência para coibir a criminalidade. "Não se pode transferir esta irresponsabilidade para o Estado", reforça a OAB.

Outro ponto contestado é a lógica de enviar para uma região de fronteira os principais líderes do tráfico.

A permanência desses criminosos em Campo Grande terá como resultado, na avaliação da OAB, o aumento da criminalidade.

Dez dos principais líderes do tráfico nos morros cariocas foram transferidos no sábado para Mato Grosso do Sul, depois de darem início à uma "guerra" que já matou 42 pessoas, segundo jornal Folha de São Paulo.

No domingo, a assessoria da Prefeitura chegou a anunciar que o prefeito Nelsinho Trad emitiria uma nota sobre a questão, mas o comunicado foi suspenso. O prefeito tem uma reunião na manhã de hoje, quando deve definir medidas a serem tomadas.

A transferência, autorizada pelo Depen (Departamento Nacional Penitenciário, também foi criticada pelo senador Delcídio Amaral (PT).

Em sua página no twiter, ele também convoca para a reação do Estado contra essas transferências e questiona o fato de haver 4 presídios federais no País, mas apenas o de campo Grande receber a facção carioca.

Na Capital, também cumpre pena Fernandinho Beira-Mar, considerado um dos "reis" do tráfico no País. Ele deveria ficar na unidade por apenas 2 anos, conforme regras do Depen, mas a permanência foi prorrogada e ele já está há quase 4 anos no Estado.

RJ em números - Reportagem publicada hoje pelo jornal Estado de São Paulo faz uma comparação sobre estatísticas da segurança pública dos últimos 32 meses do atual governo do Rio com dados de igual período da administração passada, de Rosinha Garotinho.

A matéria ressalta contradições entre a política de confronto com o crime, propalada pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), e os resultados reais.

Com base nas informações do Instituto de Segurança Pública, a reportagem evidencia que nesta gestão as polícias fizeram 33,56% menos apreensões de armas, 13,87% menos de drogas e 20,2% menos prisões em comparação com a anterior.

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