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Cidades

Pai tem dúvida sobre suicídio em cela e diz que polícia procurava por pistola

Aline dos Santos | 03/06/2016 09:31
Guilherme foi encontrado morto em cela do Garras no dia 25 de maio. (Foto: Guilherme Henri)
Guilherme foi encontrado morto em cela do Garras no dia 25 de maio. (Foto: Guilherme Henri)

Com dúvida de que o filho tenha cometido suicídio na cela, José Carlos de Barcelos, 54 anos, contratou um advogado para acompanhar o caso e espera resposta da investigação da Polícia Civil. Guilherme Gonçalves Barcelos, 31 anos, teria se enforcado com um calça jeans. O corpo foi encontrado no dia 25 de maio, no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros).

Ele foi preso durante apuração dos homicídios do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva e do pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão. Os corpos foram encontrados carbonizados em Bela Vista.

Nesta semana, José Carlos, que é morador de Caracol, veio a Campo Grande e foi à delegacia, onde recebeu os pertences do filho: documentos pessoais, duas sacolas com roupas, uma correntinha e um bracelete de crucifixo. “Perguntei sobre a morte e o escrivão me disse que outra delegacia especializada abriu inquérito para apurar”, conta.

Ele afirma que tem dúvida se o filho cometeria um suicídio. “Acho que as investigações devem apurar alguma coisa. Como pai, tenho minhas dúvidas. Mas quem vai colocar isso é a própria delegacia”, diz. O pai contratou um advogado para acompanhar a apuração em Campo Grande.

Segundo João Carlos, no dia 25 de maio a polícia cumpriu mandados na sua casa em Caracol e na residência de Guilherme, que morava em Bela Vista. As cidades são vizinhas. “ Chegaram na casa do Guilherme, fizeram a revista , mas não acharam arma. Os policiais perguntaram cadê a pistola”, relata . De acordo com ele, a esposa de Guilherme disse que ele tinha apenas pistola de tinta. “Ele nunca teve arma, pistola”, diz.

O pai relata que a ação de busca foi “com muita educação, respeito e sem problema nenhum”. Porém, por volta das 12h do dia 25 de maio foi informado na delegacia de Bela Vista da morte do filho.

Na mesma ação no interior, policiais da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) e do Garras procuravam por Oscar Ferreira Neto, que é filho de um vereador em Caracol, e tinha mandando de prisão temporária. Segundo José Carlos, Guilherme e Oscar são amigos de infância. “São amigos de infância, criados juntos. Negar isso seria mentir para a gente mesmo”, afirma.

Ainda segundo a família, Guilherme veio a Campo Grande de passagem e o destino era a fazenda de um amigo, onde prestaria serviço e traria um caminhão. “Ele não estava fugindo, de jeito nenhum. Se estivesse fugindo não iria a Campo Grande. Estaria bem escondido”, diz. De acordo com o pai, Guilherme não tinha ideia de que era procurado e até deixou currículo em uma usina de de Nova Alvorada do Sul.

“Não é fácil perder o filho dessa maneira. A gente sabe que é muito complicado e dramático. Mas tem que seguir a vida. Não pode perder a fé em Deus”, diz José Carlos, que é presidente do Sindicato da Agricultura Familiar em Caracol.

Segundo o advogado Murilo Godoy, a família quer acesso às investigações contra Guilherme e como ele veio a óbito. “Para que depois, eventualmente, adote medida cabível”, afirma. O laudo informa que a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda e constrição cervical (fratura na coluna).

A morte do preso é investigada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), que solicitou laudos e quer ouvir os policiais. A investigação sobre o duplo homicídio está sob sigilo.

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