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Cidades

Pátio da Defurv está lotado de veículos abandonados

Nadyenka Castro | 12/01/2011 22:35

São carros, motos, motores que aguardam os donos e a Justiça

Veículos e motocicletas lotam pátio da Defurv. (Foto João Garrigó)
Veículos e motocicletas lotam pátio da Defurv. (Foto João Garrigó)

Carros e motocicletas lotam o pátio da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), em Campo Grande. São aproximadamente 800 itens – veículos e partes deles, como motores, carenagens - que foram apreendidos, recuperados, alguns até incendiados.

De acordo com o delegado titular Alberto Vieira Rossi, tudo está catalogado e se acumula no pátio por diversos motivos: espera de decisões judiciais, dos donos e das seguradoras. Há até casos em que a liberação depende da burocracia internacional.

A Defurv é a delegacia onde há mais veículos “abandonados”. No ano passado foi feito leilão de carros e motos que lá estavam e muitos foram arrematados. Por causa disso, atualmente, os mais velhos “hóspedes” ocupam os pátios desde 2002.

Segundo o delegado Geraldo Marim Barbosa, a maioria dos veículos está com chassi adulterado. “Se o responsável provar origem lícita pode retirar, caso contrário não é devolvido e depende de decisão da Justiça para ir a leilão”, explica.

Há ainda carros e moto produtos de furtos e roubos que foram recuperados, mas os donos nem as seguradoras aparecem para buscá-los. Há também nesta situação automóveis e motocicletas de outros estados e de ocorrências em outros municípios.

Situações que dificultam a localização do responsável e com isso os pátios vão enchendo. “Quando os veículos são de ocorrências de outros estados há mais dificuldade de localizar o proprietário”, declara Geraldo Barbosa.

Muitos veículos que estão na Defurv foram recuperados e as seguradoras já indenizaram os clientes e não buscaram o automóvel. “Tem carro de seguradora que está aqui há quatro, cinco meses. Tem seguradora que espera juntar três, quatro, cinco carros”, diz o delegado Alberto Rossi.

Outra situação que “incha” o local são os carros roubados em outros países e recuperados em Mato Grosso do Sul. “Tem duas Ranger (caminhonete) que foram roubadas na Bolívia e recuperadas no Estado com placas do Brasil”, cita Geraldo Barbosa. Neste caso, a burocracia emperra ainda mais o processo de entrega ao proprietário.

Há ainda casos em que o estado que o item está não compensa para o proprietário a retirada. “Algumas motos chegaram aqui em situação tão precária que não compensa para o proprietário retirar. Tem alguns que são até de outros estados”, declara Alberto Rossi.

“O que poderia resolver neste caso é a manifestação expressa de desistência do proprietário”, sugere o delegado. Mas para isso é preciso que este tipo de burocracia seja oficializada pelo poder público.

Alguns veículos aguardam decisão da Justiça para saírem de lá. São aqueles em que os inquéritos já foram concluídos e os responsáveis não aparecem.

Na Denar, carros apreendidos ficam em frente à delegacia. (Foto: João Garrigó)
Na Denar, carros apreendidos ficam em frente à delegacia. (Foto: João Garrigó)

Na delegacia tem ainda veículos que são de responsabilidade da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). Mesmo com a Denar “depositando” veículos na Defurv, em frente à delegacia há diversos parados.

Catalogados – O delegado Alberto Rossi explica que todos os veículos e peças que chegam ao local passam por uma vistoria antes de entrar no pátio. Depois, todas as informações - modelo, placa, chassi, número do boletim de ocorrência, do inquérito, data de entrada – são inseridas em um arquivo.

Com essa organização, a delegacia mantém atualizados os dados sobre o que há sob a sua responsabilidade. Quando o veículo é retirado, é informado no sistema. “Só sai daqui se estiver com o carimbo do cartório central e após outra vistoria”, afirma Alberto Rossi.

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