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Cidades

Prédio da Funai continua invadido por acadêmicos e lideranças indígenas

Índios são contra nomeação de coronel para coordenador-geral da Funai

Yarima Mecchi | 11/11/2016 11:50
Indígenas estão reunidos em prédio da Funai de Campo Grande. (Foto: Marina Pacheco)
Indígenas estão reunidos em prédio da Funai de Campo Grande. (Foto: Marina Pacheco)
Representante de invasores da UEMS foi ao prédio da Funai prestar solidariedade. (Foto: Marina Pachieco)
Representante de invasores da UEMS foi ao prédio da Funai prestar solidariedade. (Foto: Marina Pachieco)

Acadêmicos indígenas e lideranças de diversas aldeias continuam no prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande. Eles pedem uma resposta de Brasília sobre a exoneração do coordenador regional da entidade, Evair Borges e a nomeação do coronel reformado do Exército, Renato Vida Sant'Anna para a o cargo. Os indígenas afirmam que não vão deixar o prédio e que a invasão é pacífica.

Por conta da invasão ocorrida ontem (10), o coordenador-adjunto da Funai Campo Grande, José Resina, pediu autorização em Brasília (DF) para liberar os 25 funcionários que não puderam entrar para trabalhar e permaneceram na frente do prédio até às 10h. "Nós fomos impedidos de entrar e pedi autorização para liberar eles hoje. Na segunda-feira nós voltamos e se tiver assim de novo eu continuo liberando".

A coordenação de Campo Grande representa índios da Capital, Nioaque, Miranda, Aquidauana, Sidrolândia, Dois Irmãos e Anastácio. Cerca de 44 lideranças estão vindo para continuar a invasão, ao todo são esperados 90 indígenas. O cacique Marcos da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda - a 203 km da Capital - declarou que duas lideranças estão em Brasília e devem chegar no início da tarde com uma posição do Governo Federal.

"Eles foram no Ministério da Justiça e estamos aguardando, se vim uma posição favorável ao nosso pedido podemos desocupar ainda hoje. Caso contrário vamos ficar aqui", afirmou.

Eles pedem a volta do Evair Borges e também a consulta deles todas vez que for nomear um novo coordenador para o órgão. "Desde 1980 somos consultados e algum indígenas que assume". Ele disse ainda que a bandeira do movimento é a garantia dos direitos indígenas e dos territórios. "Se ficar na mão de um militar é um retrocesso, voltar para a ditadura", ressaltou.

O cacique Roberto Terena pede para que quando houver alguma decisão por parte do Governo Federal que os índios sejam consultados antes da publicação em diário oficial e decisão final. "Tem que vim de lá pra gente e depois oficializar na Funai e não ao contrário".

Apoio - Um representante dos invasores da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande foi ao prédio da Funai prestar solidariedade ao índios. O ato na universidade é um protesto contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), em análise no Congresso Nacional, que limita gastos públicos por 20 anos.

"A maioria são acadêmicos da UEMS e viemos aqui prestar nossa solidariedade. Vamos fazer arrecadação de comida com os estudantes para trazer", afirmou Maria Nazarete, acadêmica e liderança do movimento na universidade.

Coordenador-adjunto foi impedido de entrar e liberou funcionários. (Foto: Mariana Pacheco)
Coordenador-adjunto foi impedido de entrar e liberou funcionários. (Foto: Mariana Pacheco)

Assembleia - Entre os dias 15 e 18 de novembro será realizada em Aquidauana - a 143 km de Campo Grande - a 9ª Assembleia do Povo Terena. Eles vão discutir a questão das demarcações de terra, além de saúde indígenas e políticas públicas.

São esperados 700 indígenas e representantes do MPF (Ministério Público Federal), Funai, Ministério da Justiça, Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), além de caciques.

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