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Cidades

Primeiro bebê de proveta de MS completa 15 anos

Redação | 30/06/2009 07:27

"As pessoas me perguntam como é ser um bebê de proveta e eu respondo: normal", disse Aline Caldas de Paula Neves, que completou ontem 15 anos de idade. Recorte de jornal de 1994 traz como manchete o nascimento do primeiro bebê de proveta de Mato Grosso do Sul. O fato marcou a história da família da adolescente, porém, não pode ser considerado um marco para a reprodução humana assistida no Estado.

"Houve uma lacuna muito grande entre o primeiro bebê e hoje", diz a especialista e diretora da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul, Maria Eugênica Faria Tavares.

Aline nasceu na Sociedade Beneficente de Campo Grande, a Santa Casa. A fertilização in vitro, nome técnico do método, era a única chance que Regina Célia Caldas de Paula Neves tinha de ser mãe.

Regina e o marido Luiz Carlos de Paula Neves queriam ser pais, no entanto, ela não tem as trompas, canais que ligam o útero ao ovário. Na primeira tentativa, o casal conseguiu realizar o sonho e Regina engravidou.

A mãe lembra que o tratamento tinha um custo alto, os medicamentos vinham dos EUA (Estados Unidos da América) e o casal tinha de ir buscar os remédios no aeroporto.

"Hoje é mais fácil. De lá para cá muita coisa mudou", afirma Regina. No aniversário de 15 anos da filha, Regina não tem palavras para descrever o dia do nascimento de Aline.

"Não saberei nem explicar o que representou. Foi uma coisa muito boa, uma felicidade para nós. Queríamos ter um filho e ela goza de perfeita saúde. Até hoje, só nos proporciona alegrias", ressalta Regina.

De acordo com a especialista em reprodução humana assistida, desde 1994 a fertilização in vitro no Estado pouco progrediu. Ela explica que os laboratórios passaram a trabalhar a reprodução humana "de baixa complexidade", que é a inseminação artificial.

Segundo a médica, casais que optavam pela alta complexidade procuravam outros Estados, entre eles, São Paulo. Somente em 2008, uma clínica de reprodução humana voltou a realizar da fertilização in vitro no Mato Grosso do Sul.

Conforme a médica, o censo de 2000 apontava que mais de 10 milhões de pessoas em idade reprodutiva apresentavam problemas para procriar. As causas desses problemas são 40% atribuídas às mulheres, 40 % atribuídas aos homens e em 20 % dos casos devido a combinação de fatores tanto masculino quanto femininos.

Cigarro, álcool, anabolizantes, estresse e obesidade são problemas que podem interferir na fertilidade. Para a especialista, o adiamento na escolha do momento adequado para ter filhos também pode comprometer a fertilidade.

"A estabilidade financeira, a realização profissional e o amadurecimento emocional têm contribuído para diminuir a taxa de fecundidade. O planejamento do momento ideal para a chegada do bebê vem retardando a hora da gravidez. O efeito da idade é muito marcante nas mulheres, pois os óvulos "envelhecem".

Até os 35 anos a chance de ter um bebê com anormalidades cromossômicas é de 0,52%, a medida que a idade avança esse percentual é gradativamente maior, por exemplo aos 44 anos é de 3,9%. O risco de abortamentos também é maior nas mulheres com idades mais avançadas", pontua a médica.

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