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Cidades

Protesto pede paz no trânsito, após morte

Redação | 29/08/2010 09:59

Um mês após o acidente que matou o eletricista Douglas Willian Lemes Diniz Machado, de 21 anos, familiares e amigos fizeram um protesto em sua homenagem na avenida Gury Marques, em Campo Grande, para pedir paz no trânsito da Capital.

Vestidos com camisetas com a foto de Douglas, um grupo de 25 pessoas se reuniu às 9h na esquina da avenida com a rua Elvira Matos de Oliveira, local onde o jovem morreu depois de colidir com um caminhão.

Um frei foi chamado pela família para fazer uma oração e ressaltou o "drama que os campo-grandenses têm enfrentado" por conta das perdas no trânsito e a necessidade de se conservar os valores, como respeito ao próximo.

Sobre Douglas, o religioso orientou os familiares a lembrarem da frase do Orkut dele, que foi estampada nas camisetas para o protesto, "Faça feliz quem está perto de você e os que estão longe se achegarão".

"Meu filho estava a 20 km/h depois de passar o quebra-molas", afirma a mãe do motociclista, Silvina Lemes Diniz, de 53 anos. Ela garante que laudo pericial do acidente confirma a velocidade em que o jovem estava. Inconformada com a perda, conta que a neta, Sara Beatriz, nasceu há quatro dias sem o pai.

Na versão da família, que eles alegam ser baseada no laudo do acidente, o motorista do caminhão que colidiu com o garoto mudou para a faixa da direita sem sinalizar e passou por cima da vítima. A mãe detalha que uma testemunha viu o acidente e contou que o veículo arrastou o jovem.

Depois de fazer uma oração de mãos dadas, o grupo seguiu trajeto pela avenida Gury Marques, Rui Barbosa e Afonso Pena até a praça Ary Coelho, para fazer uma outra oração do Pai Nosso e encerrar o protesto.

Além dos carros e motocicletas dos amigos e parentes, um clube de motoqueiros foi chamado para participar da manifestação.

Preconceito - Irmão de Douglas, o eletricista Marcos Lemos Duarte, de 36 anos, reclama do preconceito que há contra os motociclistas no trânsito da Capital. "Nós temos que abrir mão desse preconceito de que os motoqueiros estão sempre errados", reclama.

Ele conta que no dia-a-dia sente a discriminação até no momento de manobrar o veículo. "Na hora de estacionar viro a moto e os motoristas xingam e buzinam, mas carro também manobra", alega.

O eletricista diz reconhecer que alguns motociclistas desrespeitam as regras de trânsito, mas reclama da generalização que a sociedade faz.

Ele também argumenta que as infrações cometidas por motociclistas, como trafegar entre os veículos, não resulta em mortes. Já o desrespeito dos carros em acidente envolvendo motos costuma terminar com a morte dos pilotos.

Além de Douglas, vários outros integrantes da família presentes no protestos, são motociclistas, ressalta Duarte.

Acidente - O acidente que matou Douglas ocorreu às 8h de uma quinta-feira, 29 de julho. Ele pilotava uma motocicleta de placa HTL-2355, na avenida, do lado direito de uma carreta Scânia de placas AVM-6800, de Nova Esperança (PR), quando ambos viraram à direita e a carreta acabou atingindo a moto.

O motorista da Scania, Jorge Araújo, 48 anos, disse que não viu o jovem, do lado direito da carreta. "Eu nem vi ele vinha podando pela direita". Na ocasião, Jorge afirmou que desde 1983 trabalha como motorista e que aquele foi o primeiro acidente que sofreu.

Já a funcionária de uma empresa localizada na Avenida Gury Marques seguia pela via de motocicleta e testemunhou o acidente. Na versão dela, o condutor da carreta convergiu sem sinalizar.

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