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Cidades

Rendimento de 60% dos negros é de até 2 salários mínimos

Redação | 27/06/2009 18:17

Maioria nos setores de atividade econômica com jornada de trabalho mais longa; onde o esforço físico é maior; e onde historicamente há menos proteção do sistema previdenciário, 60% dos negros no Brasil recebem até dois salários mínimos por mês.

Os dados apresentados à Agência Brasil pelo coordenador de estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o economista Ademir Figueiredo, mostram que 60,8% dos empregos domésticos são negros, assim como 59,5% dos funcionários da construção civil e 60,4% dos empregados do setor agrícola. Eles também são maioria dos trabalhadores sem carteira assinada (55,3%).

No outro extremo do mercado do trabalho, os negros são minoria. Menos de um quarto dos empresários são negros. Dos empregados com carteira de trabalho assinada, apenas 43,2% são negros. E dentro da administração pública (onde há estabilidade de emprego, entre outras vantagens), os negros também são minoria (41,3%).

Para o diretor de cooperação e desenvolvimento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Mário Lisboa Theodoro, este é um problema histórico do Brasil. "O negro saiu da escravidão para o desemprego", disse lembrando que após a abolição da escravatura, em 1888, houve substituição da mão-de-obra negra pela força de trabalho imigrante.

Hoje, segundo o Dieese, 24,6% dos negros com mais de 15 anos não têm instrução alguma.

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