Santa Casa confirma sindicâncias contra enfermeiros
O Sindicato dos Trabalhadores na área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul denuncia que a administração da Santa Casa de Campo Grande instaurou sindicância contra os funcionários que participaram de manifestação nos dias 11 e 12 de janeiro.
De acordo com o sindicato, a administração do hospital teria imprimido fotos do protesto e, após identificar os presentes, os convocou para responder processo administrativo. A acusação é que a mobilização teria prejudicado o atendimento no hospital.
A presidente do sindicato, Helena Delgado, disse que nesta segunda-feira já foram ouvidos 10 funcionários. "A Santa Casa tentou proibir o acompanhamento jurídico do sindicato", denuncia a sindicalista. Segundo Helena, o sindicato apresentará denúncia ao Ministério Público Estadual por assédio moral coletivo. "Foi uma reivindicação justa para recebimento de salários", justifica.
O secretário de finanças do sindicato, João Sabiá, comentou que os processos administrativos serão usados nas negociações salariais entre a Santa Casa e os profissionais de enfermagem. "A data-base para as negociações salariais são em 1º maio. Os processos têm a função de enfraquecer o movimento e intimidar os trabalhadores. Isto é uma retaliação", denuncia.
Em nota à imprensa, a Santa Casa de Campo Grande afirma que em nenhum momento questiona o direito de greve de seus trabalhadores. Porém, de acordo com o hospital, o "movimento denominado como greve" pelo Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, deflagrado no dia 12 de janeiro, não atende aos requisitos legais.
De acordo com a Santa Casa, não houve comunicação oficial do sindicato para a execução da greve, o que é determinado por Lei. Nestes casos, de acordo com o hospital, a abertura de sindicância é um processo normal. As sindicâncias apuram "eventual desassistência aos pacientes, que naquele momento se valiam dos serviços da Santa Casa de Campo Grande".
