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Cidades

Se não quer ter zika na folia, melhor evitar beijo em bocas desconhecidas

Infectologista reforça orientações para evitar o zika vírus, principalmente para as grávidas

Flávia Lima | 06/02/2016 08:51
Ação do zika, transmitido pelo Aedes aegypti ainda é foco de estudos. (Foto:Arquivo/Campo Grande News)
Ação do zika, transmitido pelo Aedes aegypti ainda é foco de estudos. (Foto:Arquivo/Campo Grande News)
Rivaldo Venâncio mantém alerta para grávidas. (Foto/Arquivo Campo Grande News)
Rivaldo Venâncio mantém alerta para grávidas. (Foto/Arquivo Campo Grande News)

A descoberta da presença do zika vírus ativo, com real possibilidade de transmissão através da saliva e urina, voltou a acender o alerta entre especialistas e técnicos da área da saúde. Durante o Carnaval, as recomendações incluem até precaução com beijo na boca.

Apesar de ainda não haver uma confirmação sobre esse tipo de contágio, o infectologista Rivaldo Venâncio ressalta a importância de adotar medidas de prevenção, especialmente para quem pretende aproveitas os quatro dias de carnaval.

Para Rivaldo, o maior problema desse período de festa é o consumo excessivo de álcool. "Quem exagera acaba tendo atitudes de risco, como manter relações sexuais sem preservativo. Por isso é fundamental redobrar os cuidados", destaca.

O infectologista explica que a primeira observação do zika vírus ocorreu em 1947, na ilha que dá nome ao vírus, na África. "Foram achados apenas pedaços do vírus na saliva, não a forma ativa. Agora temos essa preocupação adicional, que ainda está sob investigação, por isso é melhor pecarmos pelo excesso de cuidados", afirma

Devido à relação do vírus com a microcefalia, Rivaldo diz que as grávidas continuam sendo o público que deve ter tomar mais cuidado e receber atenção especial do poder público. Por isso, a orientação é que as gestantes evitem locais de grande aglomeração. Beijar na boca pessoas desconhecidas também é um risco.

Já para quem apresenta os sintomas do zika, ele diz que as recomendações, de modo geral, são as mesmas para quem contrai, por exemplo, uma  gripe. "Pedimos às pessoas que apresentam esses sintomas a tomar medidas que protejam os demais à sua volta. Essa é a orientação para quem apresenta os sintomas de zika também", ressalta Rivaldo.

A principal recomendação é não compartilhar objetos de uso pessoal, como pratos, talheres e copos, ao menos até as pesquisas conformarem se a transmissão através de urina e saliva pode realmente ocorrer. "Os estudos estão no início. Podem levar meses ou anos para termos uma certeza", explica.

Evidências - Os infectologistas consideraram a nova possibilidade de transmissão a partir de amostras de dois pacientes com sintomas compatíveis com a doença. Até então, a única forma de contágio confirmada é pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e chikungunya.

No entanto, segundo Rivaldo, o estudo requer maior tempo de investigação. O infectologista deixa claro que as evidências atuais não são base para proibir as pessoas de irem a bailes de carnaval, apenas as gestantes, por cautela, devem evitar grandes concentrações devido a possibilidade de contágio pela saliva.

Em 80% dos casos a zika costuma não apresentar sintomas, mas os efeitos do vírus nos bebês ainda permanecem em estudos. Além disso, casos da síndrome neurológica de Guillain-Barré também vem sendo associados ao vírus e sendo notificados.

A síndrome ataca o sistema imunológico, atingindo o sistema nervoso e pode causar paralisia. O coordenador estadual de Controle de Vetores, Mauro Lucio Rosa, ressalta que o comportamento do zika vírus tem assutado a comunidade científica, por isso ele se preocupa com as futuras gerações. "Com tantas dúvidas, a única certeza é a prevenção. Caso contrário, temo que no futuro tenhamos muitas crianças com sequelas", conclui. 

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