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Cidades

Sul-mato-grossense aposta na educação para dar guinada na vida

Peso do diploma: população com mais de 12 anos de estudo cresce 333% e sem instrução cai drasticamente

Aline dos Santos | 11/10/2014 08:25
Jossemar passou de motorista de ônibus a engenheiro após os estudos (Foto: Alcides Neto)
Jossemar passou de motorista de ônibus a engenheiro após os estudos (Foto: Alcides Neto)

Uma folha de papel pesa menos de 5 gramas, mas só quem entrou na faculdade aos 35 anos para realizar o sonho de toda a vida sabe quanto pesa um certificado de conclusão do ensino superior. “Só eu sei o peso que tem esse diploma”, diz Jossemar Oliveira, 40 anos, que passou de motorista de ônibus do transporte coletivo a engenheiro mecânico.

Eles faz parte de um retrato que mostra a aposta dos sul-mato-grossense no estudo fez aumentar em 333% o número de pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade. O salto educacional foi registrado em 30 anos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) , a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 1983 mostrou que 41.320 pessoas tinham essa formação. Em 2013, essa fatia da população correspondia a 353 mil pessoas.

"Chegava em casa às 23h15 e saía para o trabalho às 3h", conta o engenheiro, sobre a rotina de estudos (Foto: Alcides Neto)
"Chegava em casa às 23h15 e saía para o trabalho às 3h", conta o engenheiro, sobre a rotina de estudos (Foto: Alcides Neto)

O sonho de moleque virou realidade para Jossemar a partir de 2009, quando entrou na faculdade. Se aos 20 anos, idade em que a maioria ingressa no ensino superior, o trabalho não dava chances para o estudo, ele decidiu que não podia mais perder tempo.

“Chegava em casa às 23h15 e saía para o trabalho às 3h”, conta. À tarde, um breve descanso e mais estudos. “Nesse período, também foz um curso de técnico de automação industrial semipresencial e curso de inglês aos sábados”, recorda.

Muito da força para a maratona de estudo veio da esposa e dos quatro filhos. “Sempre me apoiaram”, diz. Jossemar concluiu a faculdade no ano passado e agora trabalha em uma empresa de engenharia.

O estudo veio aliado a melhor remuneração. “Sair de motorista para engenheiro é bem diferente. Mas foi mais questão pessoal do que financeira”, diz, sobre a satisfação de realizar um sonho.

Conforme o IBGE, a população com 12 anos ou mais de estudo passou de 3,7% em 1983 para 16% no ano passado. A guinada também reflete no percentual de pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo. O índice era de 21,5% há 30 ano e caiu para 8,7% em 2013. Neste sábado, 11 de outubro, o Estado comemora aniversário de 37 anos.

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