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Cidades

Teste “confunde” herbicida com cocaína e homem fica preso por 21 dias

Paulino, que se divide entre Mundo Novo e Toledo, seguia pela BR-163 e acabou preso pela PRF

Aline dos Santos | 28/08/2017 12:14
Teste da Polícia Rodoviária Federal indicou cocaína em amostras.
Teste da Polícia Rodoviária Federal indicou cocaína em amostras.

A viagem do empresário Paulino Gregório dos Santos, 57 anos, entre Mundo Novo e Cascavel (Paraná), acabou em mais de 20 dias atrás das grades após as três sacolinhas de herbicida que levava na caminhonete ser confundidas com 298 gramas de cocaína. Conforme nota divulgada no G1, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informa que foi o primeiro caso de falso positivo registrado no Paraná.

Ao Campo Grande News, o empresário Eliseu Gregório, dono de concessionária de veículos em Mundo Novo, relata que no dia 3 de agosto o pai seguia de Mato Grosso do Sul para o Paraná em uma Toyota Hillux. Na BR-163, no município paranaense de Quatro Pontes, o veículo foi abordado por equipe da PRF. O destino da viagem era Cascavel, onde buscaria o filho Eliseu no aeroporto.

Eliseu relata que em cima do banco, em sacolinhas, estava o veneno que o pai comprou em Mundo Novo. “Era o Roundup, veneno de matar mato”, conta o filho. Na sequência, foi realizado o teste que acusou a presença de cloridrato de cocaína.

“Fizeram a prisão em flagrante por tráfico e aprenderam veículo e celular. Meu pai ficou das 13h às 18h sem poder avisar ninguém da família, nem esposa, filhos. Não pôde avisar ninguém que estava preso”, relata Eliseu.

Já na delegacia de Polícia Civil de Marechal Cândido Rondon, por volta das 19h, o celular foi ligado e o filho recebeu no seu aparelho a informação de que o número estava disponível para ligações. Ele fez contato e foi informado pelo escrivão de que o pai estava preso.

O empresário seguiu para Marechal Rondon e acompanhou saga até o pai ser liberado. “O delegado encaminhou o material para Curitiba e foi feito laudo na polícia científica, que comprovou que não era cocaína”, diz.

Nesses 21 dias, Eliseu conta que o pai ficou preso em uma cela com 98 pessoa, num espaço projetado para abrigar 25. “Quando o laudo chegou, o advogado passou as informações para o delegado, que sensibilizado, informou o juiz no mesmo dia. O juiz concedeu o alvará de soltura”, relata o filho. Paulino foi liberado da delegacia em 25 de agosto.

“Ele está bem abalado. No dia em que saiu disse que prefere passar por Palotina, aumentando a viagem em mais de cem quilômetros para não passar por Marechal Rondon. Ele emagreceu quase seis quilos. É um homem simples” diz o filho.

Nascido em Mato Grosso do Sul, Paulino se divide entre Toledo (onde tem casa) e Mundo Novo, onde auxilia o filho na concessionária. A família vai pedir indenização por danos morais e pelos gastos com advogado. Também será pedida reparação por dano material ao veículo, que sofreu estragos na revista para localizar mais droga.

Novo teste feito, em laboratório, foi negativo para cocaína.
Novo teste feito, em laboratório, foi negativo para cocaína.
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