ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Teto para financiar imóvel com FGTS sobe para R$ 1,5 milhão

Alteração integra séries de mudanças decididas pelo CMN e que passar a vigorar em janeiro do ano que vem.

Adriano Fernandes | 31/07/2018 22:42
A previsão de que as mudanças injetem cerca de R$ 80 bilhões no setor em seis anos.(Foto: Saul Schramm)
A previsão de que as mudanças injetem cerca de R$ 80 bilhões no setor em seis anos.(Foto: Saul Schramm)

O governo flexibilizou as regras para empréstimo imobiliário pelos bancos e elevou o limite de valor dos financiamentos de imóveis que permitem o uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

As mudanças foram discutidas em reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) nesta terça-feira (31) e entrarão em vigor em janeiro de 2019, com a previsão de injetar cerca de R$ 80 bilhões no setor em seis anos.

Segundo o CMN, o teto do imóvel financiado dentro do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) vai subir de R$ 950 mil, valor válido hoje para compradores de imóveis em São Paulo, Minas Gerais, Rio e Distrito Federal, para R$ 1,5 milhão em todos os estados.

Ainda conforme o site da Folha de São Paulo, a decisão reedita uma medida de caráter temporário tomada entre fevereiro e dezembro do ano passado. Agora, o novo valor não terá prazo para acabar. O limite máximo dos juros das operações enquadradas nas regras do SFH é de 12% ao ano, com atualização pela TR (Taxa Referencial).

O sistema regula a maioria dos financiamentos imobiliários no Brasil e usa recursos do FGTS ou da poupança. Para usar os recursos que acumulou em sua conta do Fundo, o comprador de um imóvel adere automaticamente ao sistema.

Outra mudança anunciada pelo CMN foi a flexibilização do uso, pelos bancos, dos recursos captados da poupança para financiamentos imobiliários. Hoje, os bancos são obrigados a direcionar 65% desses recursos para crédito imobiliário.

Dessa fatia, 80% precisam ser de financiamentos do SFH. Com a nova regra, os 80% obrigatórios para o sistema de habitação deixam de existir. Caberá ao banco decidir se quer ofertar financiamentos desse tipo e em qual montante.

Nesse caso, se não optar pelo SFH, não haverá necessidade de cumprir o limite máximo de taxas de juros, que serão livremente praticadas, até mesmo com indexadores diferentes da TR, como os índices de preços. Também não será preciso respeitar o limite de R$ 1,5 milhão para os financiamentos.

De acordo com o diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, retirar o limite máximo de juros que poderá ser cobrado do consumidor não deve aumentar as taxas finais. "As instituições financeiras já estão praticando taxas bem menores do que TR mais 12%. As condições de mercado hoje não sugerem que [a taxa] suba", disse.

Em outra norma, o conselho monetário alterou regras com o objetivo de incentivar o financiamento de imóveis de menor valor. Em empréstimos destinados à compra de imóveis de até R$ 500 mil, os bancos poderão multiplicar o valor financiado em 1,2 na hora de contabilizar o montante que foi direcionado para financiamentos habitacionais. Na prática, essa permissão fará com que os bancos cumpram com maior facilidade o mínimo que são obrigados a aplicar.

Mudanças econômicas

Os incentivos são uma tentativa de reavivar a construção civil, cujo PIB (Produto Interno Bruto) caiu 5% no ano passado, o maior queda entre todos os setores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A forte queda se refletiu em recuo da mão de obra ocupada e crédito no setor, com o fechamento de mais de 30,1 mil vagas com carteira e queda de quase 4% nos financiamentos a pessoas físicas nos últimos 12 meses. No caso dos financiamentos imobiliários a empresas, esse recuo ainda ultrapassa os 40%, de acordo com dados do Banco Central.

Nos siga no Google Notícias