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Cidades

Troca do carro pelo ônibus não vinga na Agetran

Redação | 18/06/2009 10:24

A iniciativa de trocar carro por ônibus não emplacou nem mesmo entre funcionários da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). O diretor-presidente, Rudel Trindade, lançou uma campanha para incentivar o uso dos coletivos, com calendário fixando um dia ao mês para a troca, mas de saída a adesão ainda não foi 100%.

As justificativas para desrespeitar "a ordem" do chefe são várias, mas quem fala, não diz o nome.

Assim como as de trabalhadores de outros locais que não trocam o carro por nada. Entre as explicações preferidas está a falta de qualidade do transporte coletivo. No entanto, todos consideram uma boa iniciativa.

Já para os funcionários da Agetran que aderiram à campanha, a idéia pode contribuir para melhorar o tráfego e ainda para conhecer de perto a realidade do transporte coletivo.

Funcionários - Um agente de trânsito, que preferiu não se identificar, disse que vai trabalhar todos os dias de carro, mas nesta quinta-feira usou o ônibus. Para ele, a iniciativa é viável porque pode contribuir para desafogar o trânsito, o que ajuda o próprio trabalho da Agetran.

Ele conta que entra todos os dias às 6h30 e dos 17 agentes da turma dele, somente três foram trabalhar com carro hoje, todos os demais aderiram ao dia no coletivo.

Outro funcionário que se identificou apenas como "Neto", disse que foi de carro porque tem um compromisso no horário de almoço e "seria impossível cumprir se tivesse ido de ônibus".

Para ele, toda iniciativa é interessante, mas não considera que esta possa resolver os problemas no trânsito da Capital. "Na minha opinião tem que ter uma campanha junto á sociedade. Só com funcionários da Agetran é muito pouco para surtir efeito no trânsito".

Outro que utilizou o transporte coletivo é Ricardo Higuchi. Ele, que não utiliza o serviço há muito tempo, defendeu que usar o ônibus ajuda na redução de gastos e considerou os veículos muito bons.

Andréa Figueiredo, que mora a nove quadras da Agetran, foi trabalhar a pé. Ela aprova a iniciativa e defende novas alternativas para chegar ao trabalho. "Quando a gente não tinha carro, dava um jeito".

Um colega de Adriana, que não quis se identificar, fala que não tem como ir trabalhar de ônibus porque inicia muito cedo as atividades. "Como aderir? Não tem como. Se a gente for aderir, não atende o trânsito. A gente tem que chegar muito cedo aqui".

A diretora administrativa de finanças da Agetran, Dejanira Machado, após muitos anos sem usar o transporte coletivo, deixou o carro em casa, na Vila Planalto, e foi trabalhar de ônibus.

Ela saiu da residência às 7h10, como de costume, e chegou na Agetran às 7h45, atrasada. Dejanira conta que saiu às 7h10 para fazer uma experiência e saber o horário correto que tem que ir para o ponto de ônibus.

Para ela, a troca é uma maneira de ver a realidade do transporte coletivo. Enquanto ela esteve no coletivo, o número de passageiros estava normal. "Estava tranqüilo", disse. Além disso, Dejanira apóia a iniciativa porque é uma maneira de desafogar o trânsito e contribuir para o meio ambiente.

Camisetas - Os funcionários da Agetran receberam nessa quarta-feira camisetas na cor amarela escrito "Uma nova Atitude no Trânsito". São 230 trabalhadores na Agência, destes, 27 são comissionados.

Segundo Dejanira, todos os comissionados receberam determinação para utilizar ônibus hoje.

Quem não é da Agetran - Para Flávio Balbino, o transporte coletivo precisa de muitas mudanças. Ele considera como ponto positivo do serviço em Campo Grande, os terminais de transbordo e como negativos, a demora dos coletivos e à espera no relento em pontos de bairros e da área central.

"Para a gente começar a adotar a rotina de pegar ônibus para ir trabalhar, Campo Grande tem que ter um transporte decente. A gente está muito longe disso", disse Flávio.

Há dois anos na Capital, Letícia Pacheco, que antes morava em São Paulo, não considera o trânsito da cidade um caos. Ela utiliza carro para passear e em alguns casos, como hoje, para trabalhar. Hoje ela estava com o filho. Para trabalhar, vai de ônibus.

O corretor de imóveis Reinaldo Meirelles, utiliza o carro porque é um instrumento de trabalho. "Seria inviável deixar o carro". Ele diz que para quem tem o hábito de utilizar o veículo próprio para trabalhar, a situação "é um conforto, uma comodidade. Fica muito difícil para implantar essa idéia [de usar ônibus]".

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