João planta morango orgânico e recebe visitantes para a colheita
João é aposentado e decidiu apostar na produção de morangos sem agrotóxicos em Campo Grande
Para não ficar parado, João Duarte, de 68 anos, encontrou no morango o desafio perfeito para se manter em movimento. A escolha pela nova atividade veio há dois anos, quando o pequeno produtor se aposentou da engenharia agronômica.
RESUMO
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João Duarte, engenheiro agrônomo aposentado de 68 anos, encontrou no cultivo de morangos uma nova ocupação. Em seu sítio, mantém cerca de 2,5 mil morangueiros em sistema semi-hidropônico, sem uso de agrotóxicos, optando por controle biológico. O produtor transformou seu pomar em um espaço de visitação estilo "colha e pague", recebendo famílias aos sábados mediante agendamento. Os visitantes podem colher suas próprias frutas e adquirir mudas, que custam entre R$ 3 e R$ 10, além de receberem orientações sobre o cultivo doméstico.
Depois de décadas dedicadas ao trabalho, João se questionou sobre como ocupar o tempo livre. A resposta surgiu no Paraná, onde conheceu de perto o modelo de cultivo de morangos. A vizinhança do seu sítio também influenciou na decisão: nas propriedades ao redor há produção de uva, mamão, limão, pitaia e outras frutas.
“A partir do momento que me aposentei, entrando também nessa dinâmica da região, resolvi apostar no cultivo do morango como uma forma de me ocupar. Comecei a desenvolver o projeto e hoje damos sequência a isso”, explica.
No início, a ideia foi recebida com ceticismo por conhecidos. O morango é uma planta considerada frágil e de difícil cultivo, o que gerou conselhos de cautela. “É difícil, realmente é um desafio, mas não é impossível”, garante João.
Além disso, ele decidiu cultivar sem o uso de agrotóxicos. “Esse talvez seja um ponto crucial para nós, porque tenho muitos insetos que atacam a cultura. A planta é frágil e resiliente ao mesmo tempo, mas os insetos e algumas doenças exigem muita atenção”, conta.
Para enfrentar os desafios, João e a família adotaram práticas de controle biológico e alternativo. “A gente vai convivendo com as perdas e sempre mantendo o princípio de não uso de venenos.”
Hoje, o pomar abriga cerca de 2,5 mil morangueiros, cultivados de forma semi-hidropônica, sistema em que as plantas ficam suspensas em bancadas, sem contato com o solo. A experiência como agrônomo e o apoio do Senar foram fundamentais para a construção desse modelo de produção.
Por ser uma plantação pequena para escala comercial, a família apostou na experiência direta com o público e criou um espaço de visitação, no estilo “colha e pague”. Aos sábados, com horário agendado, famílias visitam o sítio e colhem os próprios morangos.
“Vão muitas crianças, elas adoram ficar em contato com as plantas. Isso nos faz perceber que não oferecemos apenas o fruto, mas também uma vivência. As crianças veem de perto como é a planta do morango. É muito bacana a curiosidade delas sobre as coisas naturais.”

No fim da visita, é possível levar uma muda para casa. Elas custam R$ 10, quando já estão em produção, e R$ 3 para as mais jovens. João, a família e os funcionários ensinam como cuidar das plantas.
“A planta do morango é frágil, mas é possível cultivar em casa, num lugar com luz e adubação orgânica equilibrada. Quando as famílias se interessam, incentivamos que levem as mudas. Até para as crianças cuidarem e se afastarem um pouco dos brinquedos eletrônicos que dominam tanto a infância hoje em dia.”
Segundo João, para ter morangos em casa é preciso um vaso que acomode bem as raízes, adubo orgânico, regas frequentes, mas sem exagero, e cuidado com folhas secas. “É possível sim cultivar e até colher alguns frutos em casa.”
Com variedades diversas, o pomar floresce o ano inteiro. Porém, por causa da oscilação na quantidade de frutas, as visitas precisam ser agendadas. Os agendamentos podem ser feitos pelo WhatsApp (67) 99989-3688.
Confira a galeria de imagens:
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