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Cidades

Um dia após crime, mãe de Dudu serviu almoço a assassino

Redação | 30/04/2009 10:35

Diante de todos os detalhes de um assassinato que revoltou Campo Grande, a mãe do menino Dudu diz que falta palavra para traduzir o sentimento, que vai de dor profunda a raiva pela traição de pessoas consideradas amigas.

O garoto, desaparecido em um sábado, dia 22 de dezembro, ainda é chamado pela mãe, Eliane Martins, de "bebê". O que mais revolta, segundo ela, é lembrar de cenas "teatrais" protagonizadas pela vizinha Maria de Fátima, conhecida como Marlene, no dia seguinte a morte.

Ela e José Aparecido Bispo dos Silva, ex-namorado de Eliane, forma presos pelo assassinato. Marlene por ter acompanhado os momentos que antecederam a morte, e Cido pelo planejamento e execução do crime.

Lembranças - A dor da família do menino começou há um ano e 4 meses. No domingo, dia 23, Eliane e o pai de Dudu, Roberto Gonçalves, se encontraram no supermercado do bairro Jardim das Hortênsias.

"Eu perguntei para ele do Dudu e o Roberto disse que pensava que o menino estava comigo. Fiquei preocupada e fui até a casa da Marlene, porque ele tinha brincado lá no sábado", lembra a mãe.

Ao conversar com a amiga, Eliane diz que ficou mais tranqüila. "Ela garantiu que tinha visto o Dudu de manhã e que ele devia estar com medo de aparecer porque tinha dormido fora. Fiquei pensando que era coisa de criança e fiquei mais calma".

O mais sórdido, na avaliação de Eliane, é que no domingo ela chegou a preparar o almoço para Marlene e comer ao lado da mulher que, segundo a Polícia, poderia ter evitado o assassinato. "Depois, lá pelas 13 horas, o Cido também apareceu com 4 latinhas de cerveja. Servi o prato para ele, mas fui para casa", conta.

Eliane diz que sempre desconfiou de Marlene, mas nunca se afastou por saber que ela poderia ajudar a elucidar o crime. "Até mesmo quando ela começou a ser chamada pela polícia, eu fiquei do lado, para não deixar ela fugir. Ficava falando que era para ela ficar tranqüila, que quem deve não teme".

A mãe de Dudu acha que o que levou a vizinha a compactuar com Cido foi amizade entre os dois e não medo. "Ela queria aproximar a gente, sempre que ele ia lá na casa dela, a Marlene deixava a gente sozinho".

Eliane conta que a vizinha chegava a "segurar o braço de Cido para ele se costurar", durante rituais macabros feitos pelo ex-namorado.

A filha de Marlene e a neta vivem hoje na casa que antes reunia a família, no Jardim das Hortênsias. A criança nasceu semanas antes do crime. "A comunidade está revoltada, não sei se alguém vai tentar fazer algo contra a menina por causa do que a Marlene fez, mas quero dizer que ela não tem nada com isso, a mãe é que é uma assassina", apela Eliane.

Depois de tanto tempo a procura de respostas e a fé de punição para o culpado, a mãe diz que o tormento acabou. "Agora só quero Justiça."

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