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Em Pauta

A impunidade do músculo

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/06/2018 09:12
A impunidade do músculo

Manuel Manchado, Mister Universo, de camiseta sem mangas, corpo tatuado e avultado com anabolizantes, há poucos dias entrava na delegacia com cara de "fotos não, obrigado". Foi preso com outras 28 pessoas. A notícia correu o mundo. Menos no Brasil. O "super homem" estava rodeado por uma aura de impunidade. O mais admirado. O modelo a seguir. O consultor. Nada importava. Já havia sido preso por comercializar produtos ilegais entre seus clientes.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o tráfico desses medicamentos ilegais move inacreditáveis R$700 bilhões por ano no mundo. Só fica atrás do tráfico de drogas e armas. Mata. Mata muitos sem que essas notícias cheguem à imprensa.
Os "ciclos", como são conhecidos os períodos para aqueles que estão se "hormonando", implica em um coquetel de medicamentos. Uns para evitar os efeitos secundários dos outros. Sempre tomam testosterona. Isso faz com que seus corpos deixem de produzir testosterona natural. E por isso, alternam dois tipos, para tentar enganar o próprio corpo. Um dos efeitos mais imediatos é a queda da libido. Cai mais que Neymar. Com a queda da libido, vem a disfunção erétil. São obrigados a tomar Viagra, ainda que sejam jovens. Ao ativar-se a produção de progesterona em seus organismo, devem tomar inibidores para as mamas. Sim, há enorme quantidade de imensas mamas masculinas. Estão mais enrolados em medicamentos que pacientes terminais.

A impunidade do músculo
A impunidade do músculo

A curiosa história de um medicamento de direita.

O Bairro de São Roque, em Badalona, um município de Barcelona, foi construído nos anos sessenta. Ali recolheram a população que perdeu tudo em uma inundação, bem como os ocupantes de uma favela (em espanhol se diz chabolista) que o mar inundava com frequência. Sim, na Europa existem favelas. Até hoje, esse bairro pobre é notícia pelo tráfico de drogas, tiroteios e a deterioração de espaços públicos.
Nesse bairro está instalada a indústria farmacêutica, de origem italiana, denominada Menarini. Essa fábrica começou a trabalhar com um medicamento que se tornaria famosos em toda a Europa pelo seu elo de ligação com a ideologia de direita.
Na natureza, há moléculas que são idênticas, são compostas pelos mesmos átomos, mas organizados de maneira oposta, como se um fosse a imagem do outro refletida no espelho. Quando se aplica a essas moléculas um feixe de luz, uma reflete para a direita - chamada de "dextrógira" - e a outra para a esquerda - conhecida como "levógira". Essa diferença, aparentemente menor, é fundamental, porque pode determinar se, aplicada como medicamento, a molécula cura ou não.
Com essa suspeita, a equipe de Menarini foi estudar o Faustum, um analgésico de sua propriedade baseado em uma molécula denominada "ketoprofeno". No ketoprofeno estavam duas moléculas, a da esquerda (levógira) e a da direita (dextrógera). Eles desejavam saber qual das duas tinha capacidade de cura, capacidade analgésica. Depois de um árduo trabalho, separando as moléculas de direita, através de uma enzima, conseguiram 100 gramas do novo produto. Se tratava do "dexketoprofeno". Era tão efetivo quanto o ketoprofeno, mas bastava a metade para produzir os mesmos efeitos. Isso significa que custaria mais barato e apresentaria a metade da toxicidade do ketoprofeno. Todavia, com esse nome não venderia nem um comprimido. Apelidaram o dexketoprofeno de Enantyum. Mas não foi suas propriedades curativas e nem seu preço que lhe deram a fama. A história que era um medicamento de direita propagou-se por toda a Europa. Vende como água. Quem entende a "dor de cabeça" dos outros?

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Xdolls, bonecas substituem garotas de programa.

Inaugurados em janeiro em Paris e registrados como "salões de jogos", os espaços lembrar bordéis, só que ali as garotas de programa não têm carne nem osso. São bonecas hiper-realistas que, além de movimentarem as pernas, os braços, os pés, as mãos e o pescoço, dispõem de três orifícios bem estratégicos.
As feministas e esquerdistas apregoam que os Xdolls reverenciam o estupro e encorajam a volta dos tradicionais bordéis, proibidos no país há 70 anos. A polícia está a favor. Entende que esse tipo de negócio não estimula a prostituição ou o proxenetismo, já que não põe os clientes em contato com as pessoas.
Os Xdolls oferecem os serviços de cinco "senhoritas". Uma morena de seios fartos, uma asiática de pele muito alva, uma adolescente, uma loira e uma ruiva. Para desfrutar de uma delas basta desembolsar R$418 por hora e R$470 de caução.

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