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Em Pauta

A ineficiência no combate à dor. Um cemitério de medicamentos

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/06/2021 07:00
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Para milhões de pessoas, a dor é um pesadelo do qual não conseguem despertar. No total, a dor crônica afeta mais pessoas do que o câncer, as doenças cardiovasculares e o diabetes combinados. Ela pode ser imensamente debilitante.


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Poucos avanços.

Há mais de um século pesquisam medicamentos que possam combater a dor. Não avançamos muito. Observem esta pesquisa do Imperial College of London, publicada na Nature. "Os medicamentos disponíveis aliviam a dor em 50% para algo entre um e quatro pacientes tratados". Em outras palavras, 75% não extrai o menor benefício dos melhores analgésicos ou, quando o fazem, é muito pouco.


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Um cemitério farmacológico.

O mercado da alívio da dor virou um cemitério farmacológico. As companhias farmacêuticas despejaram bilhões e bilhões de euros e dólares no desenvolvimento de remédios, mas não encontraram nenhum que controlasse a dor efetivamente sem causar dependência. Um triste resultado é a notória crise atual dos opioides norte-americanos. Os EUA compreendem 4% da população mundial, mas consomem 80% do opioides produzidos mundialmente.


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É possível administrar a dor?

Na ausência de uma boa solução farmacêutica, surgiu a alternativa de uma "analgesia gratuita". A teoria que vem sendo aplicada afirma que as pessoas podem administrar a própria dor por meio de terapias cognitivo-comportamentais e exercícios.


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Somos maravilhosamente sugestionáveis.

Uma das vantagens dessa "analgesia gratuita" é descobrir que somos maravilhosamente sugestionáveis - sem duvida a explicação para o conhecido efeito placebo. O conceito do efeito placebo existe há muito tempo. No sentido científico moderno, o primeiro registro data de 1811. Mas a palavra placebo existe em inglês desde a Idade Média.


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Puxa-saco.

Placebo significou puxa-saco ou bajulador durante séculos. Vem de um termo latino que significa "agradar". Mas seu efeito continua um mistério. Uma experiência pode ser feita em um consultório dentista qualquer. É assustadora. Depois de extrair um dente do siso massageie o rosto do paciente com um aparelho de ultrassom. A imensa maioria dirá que se sente melhor. Mas há um detalhe fundamental: o aparelho está desligado da tomada.


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Pastilhas coloridas com ângulos salientes.

Há outra pesquisa tão perturbadora quanto a do dentista. Dê a um paciente pastilhas coloridas com ângulos salientes ao invés de pastilhas brancas sem ângulos. Os vermelhos são tidos como os de ação mais rápida... ainda que não passem de açúcar. Verdes e azuis provocam maior efeito calmante... e são apenas de açúcar.


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Comprimidos administrados com fórceps.

Há uma terceira. Ao ministrar comprimidos com fórceps, médicos relataram que obtiveram bons resultados e bastava alegar que eram potentes demais para segurá-los com dedos desprotegidos. E agora, a mais incrível pesquisa: os placebos podem ser efetivos até quando as pessoas sabem que são placebos.
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