Ao mestre, com energia. A educação em tempos de IA
Um engenheiro aceita lecionar em uma escola barra-pesada. Se depara com um grupo de adolescentes rebeldes determinados a expulsá-lo do cargo. Tratados com respeito, os alunos abandonam o comportamento hostil, se afeiçoando ao mestre. “Ao mestre, com carinho”, é um filme da década de sessenta do século passado. Ainda conserva uma pauta em voga. Essa é a escola do presente, especialmente de nossas periferias. O professor do século XXI é o mesmo da Revolução Industrial, parecido com o da Roma Antiga. Será o mesmo em tempos de Inteligência Artificial? Sobreviverá ao apogeu da máquina? Existe uma chave para reinventar a educação?
Alpha School e Turing Dream - os novos modelos educativos.
Em Austin, Texas, um colégio comprime em duas horas o que qualquer outro faz em oito. Todas as aulas, de matemática a línguas, cabem nessas duas horas diárias. O resto do tempo, os alunos dedicam a outras atividades: falar em público, trabalhar em equipe ou simplesmente realizar um projeto pessoal. Deixam bom espaço para as “habilidades”, o manuseio da Inteligência Artificial. É a maquina que “ensina” os conceitos mais difíceis. Para cada aluno e não para a turma.
Uma nova escola reinventada desde a raiz.
A direção das duas redes escolares, a primeira norte-americana e a outra da Europa, afirma que é impensável nos dias atuais a existência de escolas com um “molde único”, onde as aulas não se adaptam a cada aluno. A nova escola se propõe a ensinar a cada um dos alunos de acordo com suas necessidades, o modelo industrial de “fábrica de aluno” não deve persistir. Em seu lugar, entra a Inteligência Artificial. E o mais revolucionário: a nova escola deve ser reinventada desde a raiz. Onde se encaixa o professor nos novos tempos? Em um papel secundário? O novo mestre não requer carinho, nem salário; necessita tão somente de enorme quantidade de energia elétrica.
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