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Em Pauta

O temor das cartas que viajavam em uma pequena caixa de madeira

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 16/10/2025 06:20
O temor das cartas que viajavam em uma pequena caixa de madeira

Muitos nem sabem o que era uma carta, a única forma de comunicação entre as cidades durante séculos. No Mato Grosso do Sul dos anos 1.910, viajavam em média três meses. Tempo maior na região da fronteira onde levavam cinco meses para chegar. O polo distribuidor das cartas era Bela Vista. De lá, partia o estafeta.


O temor das cartas que viajavam em uma pequena caixa de madeira

O homem mais querido da cidade.

Era a pessoa mais importante. Sempre esperado e sempre querido. Imponente. Devido à sua função, muito considerado pela população. Montado em seu cavalo, fazia durante um mês, três viagens de Bela Vista até outra destino fronteiriço. Carregava as malas de correspondência. A entrega era feita através de uma relação com anotações minuciosas do recebedor.


O temor das cartas que viajavam em uma pequena caixa de madeira

Era uma festa.

A carta chegava mais amassada que roupa de borracho. O feliz recebedor, com ares de importância, marcando sua felicidade, era invejado. Fora lembrado. Não era um esquecido, um enjeitado. Todos querendo saber as noticias que trazia.


O temor das cartas que viajavam em uma pequena caixa de madeira

As pequenas caixas de madeira.

Algumas dessas cartas viajavam em uma pequena caixa de madeira. Era um sinal desalentador. Parente gravemente enfermo ou…morte. A dor baixava com a solidariedade de todos. As lágrimas queimavam. Depois vinham as rezas em sufrágio da alma.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.