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Em Pauta

As artes de Hitler e sua troupe

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/01/2020 08:01
As artes de Hitler e sua troupe

O nazismo também foi um movimento estético. Pregava que uma nova Alemanha surgiria, mais forte e bonita. Procurava artistas para se filiarem ao partido e lhes davam instrumentos. Hitler pintava aquarelas e com um amigo escreveu uma ópera. Seguia uma ideia do compositor Richard Wagner, o maior nome do romantismo alemão. a trama da ópera escrita por Hitler têm por base o medievalismo italiano. Mussolini, o ditador da Itália, era o grande nome a ser seguido naquela época. O protagonista é denominado Rienzi, um plebeu (como Hitler) que tenta restabelecer a Antiguidade Clássica Greco-Romana.

As artes de Hitler e sua troupe

Hitler era diretor, cenógrafo e protagonista.

Hitler se imaginava como o artista-príncipe que restabeleceria o Classicismo. Um Rienzi. Era ele quem dirigia, fazia a cenografia e era o principal protagonista de seus comícios. Ele mesmo desenhou as bandeiras, estandartes, os uniformes e a aterrorizante suástica nazista.

As artes de Hitler e sua troupe

Artistas no front.

Quando a guerra começou, Hitler enviou uma multidão de artistas aos fronts. A ideia era pintar as glórias do exército. Ele também contratou muitos escultores para erguer estátuas gigantescas, ideia copiada dos imperadores romanos. Uma dessas esculturas, é claro, era dele próprio e seria colocada no centro de Berlim. Hitler passava tempo considerável com o arquiteto Albert Speer, planejavam a grandiosidade da nova Berlim, que seria a capital da futura civilização.
Hitler tinha uma ideia peculiar sobre a arte. Assim como os arianos seriam a raça pura, os clássicos eram a arte pura. E a arte moderna, de acordo com o nazismo, seria a equivalente cultural dos "degenerados" judeus. É contra a arte moderna que Goebbels vocifera no trecho copiado pelo ex-secretário de cultura do governo federal.

As artes de Hitler e sua troupe

Nas fileiras nazistas só os médicos venciam os artistas.

Está muito equivocado quem imagina que os déspotas de qualquer ideologia vivam sem artistas. Pelo contrário, a história está abarrotada de artistas vivendo do mecenato de ditadores e congêneres. As fileiras nazistas estavam cheias de artistas, mas a categoria profissional mais numerosa era a dos médicos. Tanto uns como os outros tinham um sonho em comum: aspiravam por uma sociedade mais "harmônica" (para os artistas) e mais "saudável" (para os médicos). A morte de todos os judeus, ciganos, negros, homossexuais, eslavos, esquerdistas (esqueceram dos indígenas) faria parte desse projeto estético de um mundo de arianos para arianos, mais harmonioso.

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