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Em Pauta

As imensas dificuldades do Cadastro Ambiental Rural

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/04/2016 08:08
As imensas dificuldades do Cadastro Ambiental Rural

Após anos de intensos debates o país assistiu a promulgação da lei que obrigou todos os seus produtores rurais a inscreverem suas propriedades em um instrumento inovador. O CAR - Cadastro Ambiental Rural prometia ser o instrumento de pacificação entre os litigiosos ambientalistas e fazendeiros. Inscrever uma propriedade rural no CAR apresenta custos dada a enorme especificação técnica exigida por esse sistema de informática. No mínimo, haverá despesas com o trabalho de um engenheiro que se tornará responsável por alguns dados a serem inseridos no CAR.

Ainda que contasse com a boa vontade de médios e grandes fazendeiros, tais despesas são impraticáveis para os pequenos proprietários rurais. Há dois anos o governo do Estado de Mato Grosso do Sul conseguiu, aproximadamente, R$10 milhões com Brasília para o pagamento dos trabalhos nas pequenas propriedades rurais. Esse trabalho não foi concretizado. Hoje, às vésperas de uma nova data para o término do cadastramento - dia 05 de maio de 2016 - estima-se que nem 8% das pequenas propriedades existentes no Estado estejam cadastradas. É impossível que esse percentual venha a ser modificado até a última data.

Por outro lado, o impeachment de Dilma paralisou o Senado Federal. Não se vislumbra a possibilidade que ocorra uma votação prorrogando o prazo para o cadastramento até o 05 de maio fatal. Assim, os pequenos proprietários estarão impedidos de contratar qualquer convênio ou empréstimo bancário. Em suma, teremos um baixo percentual de adesão ao CAR e os problemas decorrentes dessa falha técnica, não serão solucionados em prazo médio de tempo. Impasse no campo.

As imensas dificuldades do Cadastro Ambiental Rural

Não podemos deixar a questão da sustentabilidade sempre para os outros, sempre para amanhã.

Há cem anos, o mundo tinha 1,8 bilhão de pessoas. Hoje, somos 7,3 bilhões. A perspectiva é de que, em 2050, seremos quase 10 bilhões. Que ritmo! Seremos capazes de alimentar tanta gente? Na sexta 22 de abril, Dia da Terra, na sede da ONU, em N.York, 171 países assinaram o Acordo de Paris sobre o clima. Um momento considerado "histórico", pelas promessas de reduzir os efeitos dos gases estufa. O acordo só entrará em vigor quando, pelo menos, 55 países, ratificarem seus artigos. A data prevista é 2020, mas muitos países manifestaram a intenção de avançar antes.

Oxalá, porque é insustentável o modo de vida atual. Não é possível fingir que nada se passa, se quisermos que o mundo, tal como o vemos, não se transforme em um espaço de inundações, secas, fome e extinções de espécies. Onde a segurança é apenas uma miragem. Não podemos deixar a questão da sustentabilidade sempre para os outros, sempre para amanhã. Somos civilizados, sabemos o que se passa e queremos mudar, mas...

As imensas dificuldades do Cadastro Ambiental Rural

As Grandes e Velhas Árvores estão desaparecendo.

Não existe uma categoria do que os botânicos chamam de LOT (Large Old Trees) - Grandes e Velhas Árvores. Apesar da mania do humano em classificar, ainda não determinaram o tamanho e a envergadura do venha a ser uma LOT. O fato é que existem poucas espécies de árvores que nos inspiram imponência. Poucas crescem durante séculos até alcançarem os 50 metros ou 100 metros de altura. Acima desse patamar, somente as sequoias vermelhas que chegam a 115 metros de altura.

As ações humanas estão acabando com elas. Corte, degradação do ecossistema e mudança climática estão levando ao desaparecimento das sequoias, das toog, dos eucaliptos gigantes (89 metros de altura), do fresno australiano e das mágicas baobas. Um estudo de 2013 dava poucas décadas de existência para os baobas de Madagascar. As sequoias e o pinheiro real norte americano estão diminuindo assustadoramente em seu lar centenário - o parque Yosemite (Califórnia, EUA) perdeu 25% dessas árvores a partir dos anos 30 do século passado. O declínio das LOT está acelerando cada vez mais em todo o planeta.

As imensas dificuldades do Cadastro Ambiental Rural

A primeira prisão de Lula.

Lula, Manoel Anísio Gomes, Djalma Bom, Alemãozinho, Devanir Ribeiro e José Maria de Almeida. Junto a outros 5 líderes e um advogado - Expedido Soares - foram presos em 1980. Foram três anos de agitação nas fábricas de automóveis do ABC paulista. Supervisionada pelo então delegado Romeu Tuma, que anos depois virou senador, a histórica prisão dos líderes grevistas no Dops, o mais perigoso dos endereços da ditadura militar, mas já na fase final da ditadura, onde ela já tinha perdido força, é um marco da constituição do PT.

O Partido dos Trabalhadores, "Sem Patrões", como era denominado a essa época, havia sido fundado dois meses antes das prisões. Todas as despesas do partido eram pagas com R$103 (custo atualizado). Foram 11 sindicalistas e dois trabalhadores de base que tiveram prisão decretada e começaram a ser capturados em 19 de abril de 1980. As prisões valorizaram as greves. Lula ficaria 31 dias preso. Na sede do Dops, Lula e seus amigos passavam o tempo jogando baralho. Fizeram uma pouco convincente greve de fome. Em seguida, foi autorizado a sair da prisão para acompanhar o funeral de sua mãe. Condenado pela Justiça Militar a três anos e meio de prisão, acabou absolvido pelo Superior Tribunal Militar no ano seguinte. Os demais presos tiveram destino semelhante. Passados 36 anos, a polícia voltou a rondar a vida de Lula.

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