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Em Pauta

Aulas de medicina: robôs que tossem, respiram e dão a luz

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/04/2018 09:24
Aulas de medicina: robôs que tossem, respiram e dão a luz
Aulas de medicina: robôs que tossem, respiram e dão a luz

O erro é um tema na medicina. Ao contrário das demais profissões, o médico nunca pode errar. Mas essa não é a realidade, pois mais que os pacientes exijam o contrário, os médicos são humanos. O que é possível fazer é treiná-los com a maior eficiência possível... e a modernidade exigida pelo século XXI. É o que está acontecendo nas melhores faculdades de medicina da Europa, dos Estados Unidos e é claro, do Japão.

Todos sabem que uma pessoa convalescendo seja explorado por um estudante depois do outro é algo incomodo para todos. E ainda que isso seja necessário para a boa aprendizagem, um paciente não pode ser um campo de provas infinito. Por isso, algumas faculdades já trabalham com robôs que recriam reações e funções humanas. O objetivo é ampliar a capacitação do aluno e, sobretudo, possibilitar o ensino mediante erro e acerto, algo que a própria natureza da atividade médica proíbe. É aí que entram os novos hospitais virtuais. São amplos espaços integrados às velhas faculdades de medicina, onde os futuros médicos praticaram técnicas e emularão situações dificilmente realizáveis em um hospital tradicional.

As dependências desses hospitais-virtuais-escolas dispõem de três níveis de simulação: no primeiro aprenderão atividades básicas como aplicar uma injeção, aprenderão a furar um braço artificial que emitirá uma resposta positiva, se o aluno tiver agido corretamente. No segundo nível, os alunos, por exemplo, aprenderão a fazer uma incisão no abdômen, os robôs avisarão se algo vai mal mediante sinais luminosos. No terceiro, chamado de alta fidelidade, trabalharão com robôs que respiram, tossem, dilatam as pupilas... uma série de reações humanas comuns. A última versão de robô hospitalar consegue dar a luz. Esses robôs poderão receber medicação, podem ser auscultados, e observadas suas constantes em tempo real. Tudo isso graças a óculos de realidade virtual, os Microsoft HoloLens que permitem que os alunos observem como se comporta um corpo por dentro mediante um sistema de hologramas. As sessões-aulas são gravadas em vídeo para posterior análise em conjunto com os professores.

Há ainda, os chamados "jogos sérios". São aplicativos que propõem cenários reais, por exemplo, a entrada de um paciente no posto de saúde, para avaliar se são feitas as perguntas necessárias para a história clínica ou se pediram os exames adequados. Esses aplicativos também trabalham com a comunicação entre paciente e médico para evitar coisas do tipo: "o médico nem olhou na minha cara". Um futuro distante do brasileiro, que não se cansa de se perder na história.

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A guerra contra a homeopatia na Espanha.

A ministra da Saúde da Espanha convocou todos os representantes das comunidades de seu país com o intuito de proibir a venda de homeopatia em farmácias. Seu discurso nessa reunião era de guerra: "Queremos dizer bem claro aos pacientes que não há evidência terapêutica [nos medicamentos homeopáticos]".

Muitos conselheiros haviam tomado posição pública antes da reunião com a ministra de que não se podia aceitar a inclusão dos produtos homeopáticos como medicamentos e sua venda em farmácias. Os conselheiros de Madri, Valencia, País Vasco, Extremadura, Baleares, Asturias,

Cantabria e Castilla-La Mancha votaram a favor da proibição de homeopáticos em farmácias. Todavia, os demais conselheiros votaram pela permanência dessa vendagem.

As medidas aceitas por todos é que haverá um prazo, de três meses, para que os produtos homeopáticos passem por um rígido controle de qualidade e segurança ou deixarão de ser vendidos. O Ministério e Conselhos colocarão em marcha campanhas informativas para que os cidadãos tenham claro que os homeopáticos não apresentam evidência científica alguma de que curam. Os conselheiros também aprovaram a decisão de retirar todos os incentivos fiscais que eram concedidos aos homeopáticos como se fossem medicamentos. Há, ainda, uma decisão a ser tomada: esses produtos levarão em suas caixas uma tarja dizendo: "Este produto não cura". Em suma, todos entendem que os homeopáticos não curam, mas acabaram deixando a decisão da compra aos cidadãos.

Humor livre de testosterona.

Aulas de medicina: robôs que tossem, respiram e dão a luz

Serenata do Amor, um robô que controla despesas de deputados.

Usar tecnologia de ponta para controlar despesas públicas. O Brassil, graças ao Serenata do Amor, está perto dessa façanha. Através de uma ferramenta de inteligência artificial, está conseguindo encontrar fortes indícios do uso indevido de dinheiro público por parte dos deputados federais.
A fórmula é relativamente simples: cruzar aprendizagem automática - "machine learning" - com os dados de reembolsos e outras informações que estão disponíveis online. Na prática, esse sistema detecta desvios nos padrões de despesas dos deputados. Se no restaurante "A", a despesa média é de R$ 100 e a fatura do deputado é de R$600, então há algo ali que merece ser investigado.
A "cara" desse robô é a "Rosie", um robô que publica no Twiter as suspeitas que identifica à medida que identifica algo de suspeito nas despesas dos deputados. Depois pede auxílio dos cidadãos para checar a suspeição. Eis um exemplo:

Aulas de medicina: robôs que tossem, respiram e dão a luz

No Brasil, os deputados federais e senadores estão abrangidos pela Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, m mecanismo que reembolsa as despesas de suas funções. Cada deputado pode gastar R$44 mil por mês em despesas como alimentação, transporte, consultoria e informação. Os deputados usam seu dinheiro e, depois, enviam a fatura para a Câmara dos Deputados providenciar o reembolso.
Graças a esta tecnologia, foram detectados centenas de casos suspeitos de uso indevido do dinheiro público: uma fatura de uma refeição no valor de R$6.200, um deputado que gasta em média R$6.000 em combustível ou ainda um deputado que fez 13 refeições em um mesmo dia. O mais famoso caso foi de um deputado que solicitou o reembolso da cerveja que tinha bebido em um restaurante em Las Vegas. Bebidas alcoólicas não contam para reembolso.
A ideia é não encontrar desvios de milhões de reais, mas sim milhões de desvios de poucos reais. É o inverso das investigações midiáticas. Mas a Serenata do Amor promete perenizar o "amor" às despesas.
Adendo: o Serenata do Amor está sendo exportado para a Europa.

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