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Em Pauta

Brasileiros que vivem sozinhos

Mário Sérgio Lorenzetto | 01/04/2017 07:58
Brasileiros que vivem sozinhos

Há uma estatística que comprova que estamos cada vez mais individualistas: o número de pessoas vivendo sozinhas quase dobrou nos últimos 10 anos. Saltou de 5,5 milhões para 9,9 milhões.

São mais jovens saindo da casa dos pais, mais divórcios, mais viúvos, mais gente que trabalha ou estuda longe da cidade de origem e, até mesmo, mais casais que mantêm uma relação estável, mas optaram viver cada um em sua casa.

Na última década, a quantidade de domicílios brasileiros saiu de 53 milhões para 68 milhões e as residências para os "sozinhos" foi de 10% para 14% desse total. Trata-se de um fenômeno vinculado a outro muito mais amplo: as famílias estão encolhendo. A taxa de fecundidade caiu incríveis 20%.

Brasileiros que vivem sozinhos

Quem são os "sozinhos" brasileiros?

Há uma certa percepção de que o "sozinho" é de classe média ou rico. A estatística não confirma essa ideia. De acordo com o IBGE, 79% dos sozinhos sobrevivem com até dois salários mínimos por mês (R$1.874). Não são perdulários.

Quem mora sozinho recorre menos aos cartões de crédito. E, além disso, consegue guardar mais dinheiro - 26% têm algum tipo de investimento financeiro, contra 23% da população em geral. O Estado com o maior numero de sozinhos é o Rio de Janeiro - 19,5% dos imóveis são ocupados por um único morador.

O Rio Grande do Sul vem a seguir, com 17,6%. Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina estão com índices muito próximos - entre 15,1% e 15,8%. Morar sozinho está diretamente vinculado à pobreza de um Estado. Os Estados com as menores taxas de sozinhos são o Amazonas e Rio Grande do Norte, com 9,8%, seguidos por Maranhão (9,9%) e Pará (10,1%).

Por mais que seja uma condição desejada por muitos, a autonomia está inevitavelmente condicionada à capacidade de bancar todas as contas de uma residência. Os Estados Unidos, Canadá, Japão, Itália e Inglaterra tem elevados índices de sozinhos. Mas ninguém se equipara à Suécia, onde 50% de sua população é constituída de sozinhos.

E essa taxa elevadíssima traz consequências sérias. Embora seja um dos países com melhores índices de qualidade de vida, a Suécia tem uma da maiores taxas de suicídio - 11,1 casos por 100 mil habitante ao ano, quase o dobro da taxa brasileira que é de 5,8 casos por 100 mil habitantes ao ano.

Brasileiros que vivem sozinhos

Viver pagando aluguel é o futuro.

Os estudiosos acreditam que o aumento da proporção das pessoas que vivem sozinhas contribuirá para uma mudança na relação das pessoas com os lugares onde elas vivem, especialmente nas médias e grandes cidades - teremos um novo fenômeno que é a chamada "desimobilização".

Em um mundo em que a vida será cada vez mais dinâmica , com muitas mudanças ao longo de uma trajetória pessoal, não fará mais sentido as pessoas se amarrarem a um imóvel. Apostam que o aluguel se tornará uma escolha cada vez mais difundida, pois permite mudanças com agilidade muito maior do que situações que envolvem venda.

Brasileiros que vivem sozinhos

Truques usados pelos supermercados para consumirmos mais.

Brasileiros que vivem sozinhos

Localização de produtos no supermercado.

Os bens de primeira necessidade como leite, carne, frutos e legumes, estão, normalmente, no fundo da loja. A ideia é obrigar o consumidor a fazer um percurso maior e, no caminho, ir adicionando produtos que de outra forma não enxergaria.

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