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Em Pauta

Como vacinarmos contra os sincericídios: a arte de não reagir

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 06/10/2025 07:50
Como vacinarmos contra os sincericídios: a arte de não reagir

“Casca de banana”. Todos entendemos quando cometemos um sincericídio. Lula e Bolsonaro são campeões nesse quesito. Um dos mais famosos de Lula é o “Só vai estar bem quando eu fod… esse Moro”. Bolsonaro não fica atrás: “Uma parte considerável [dos brasileiros] não está preparada para fazer quase nada”. Quem carece de regulação emocional paga um alto preço por isso. Falar sem filtros o que sente pode terminar com uma amizade ou perder um cliente, assim como a confiança de teu chefe ou companheiros de trabalho. Deixar de nos levarmos pela indignação momentânea pode fazer saltar pelos ares qualquer relação.


Como vacinarmos contra os sincericídios: a arte de não reagir

O monge budista e a arte de não reagir.

Como vacinarmos contra esses sincericídios? Disso nos fala o monge budista japonês Ryushun Kusanagi. Em seu pensamento, Kusanagi afirma que os sincericídios não estão propriamente em eventos exteriores, e sim nossa forma de reagir a eles. Fugir deles é uma forma de evitar sofrimentos. Viveríamos mais felizes sem eles. O monge propõe três formas de fugir dos sincericídios.


Como vacinarmos contra os sincericídios: a arte de não reagir

Verbalizar teu estado emocional.

Pode dizer: “Estou nervoso” ou “Me sinto confuso e cansado”. Kusanagi recomenda fechar os olhos para entender melhor o que está acontecendo dentro de tua própria mente. Ao conseguir, baixará a ansiedade e o drama e deixará de identificar-se com essa emoção.


Como vacinarmos contra os sincericídios: a arte de não reagir

Tomar consciência das sensações físicas.

Comece pelos pés. Sigas pelo resto do corpo, identificando onde há uma dor, uma tensão, um ligeiro tremor. São sinais que sentimos porque o corpo reflete tudo o que vivemos. Prestar atenção no corpo nos ajudará a nos compreendermos.


Como vacinarmos contra os sincericídios: a arte de não reagir

Organizar os pensamentos.

Segundo Kusanagi, os pensamentos intrusivos tem três origens: o desejo excessivo, a ira e a ilusão. No primeiro, exigimos muito das outras pessoas, e isso nos leva à frustração. O segundo se acumula gradualmente se lhe damos liberdade. Quanto mais alimentamos a ira, buscando razões e culpas, o mostro cresce sem parar. O terceiro pensamento intrusivo, a ilusão, também faz parte dos pensamento livres em excesso. Deixamos de ter foco, de forma pratica e eficaz, as ideias vagueiam nos levando a lugar algum. Ao tomarmos conhecimento de nossas reações, deixamos de ser escravos delas. Em vez de dizer quatro verdades, é melhor calar, não reagir.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.