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Em Pauta

"Diários de Turner", o que a extrema direita está lendo.

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/01/2021 09:41
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No "Diários de Turner", um grupo de supremacistas brancos ataca o Capitólio. Dezenas de pessoas morrem no ataque, incluindo membros do Congresso norte-americano e seus funcionários. Mas, na visão dos insurrecionistas, a maior vitória é a simbólica. "O valor real de todos os nossos ataques está no impacto psicológico, não nas baixas imediatas", escreveu Earl Turner, o narrador do livro de 1978, em seu diário. "Eles aprenderam nesta tarde que nenhum deles está fora de nosso alcance". Desde sua publicação, "Diários de Turner" tornou-se um dos textos mais influentes entre os extremistas de direita. Inspirou dezenas de atos de violência e vem sendo apresentado como um modelo de insurreição.


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Os paralelos com a invasão real do Capitólio.

Na semana passada, quando manifestantes invadiram o Capitólio, muitos viram paralelos com os eventos descritos no livro. Especialistas, que acompanham a retórica da extrema direita, dizem que o livro é uma leitura obrigatória para os membros dos vários grupos que estão na ponta de lança do trumpismo.


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"O Dia da Corda".

Nas redes sociais da extrema direita os usuários comemoraram a violência da semana passada e compararam-na com o "Dia da Corda", um enforcamento em massa que é descrito no "Diário de Turner". Alguns manifestantes que transmitiram o ataque de dentro do Capitólio fizeram referências a políticos enforcados, amarraram laços e ergueram uma forca em frente do Capitólio. O livro diz que era isso que deveria ser feito.


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Andrew Macdonald é um pseudônimo.

O autor do livro em verdade é William Luther Pierce. Nascido no Texas e formado em física, em 1960, Pierce ingressou no Partido Nazista Americano. Mais tarde, formou seu próprio grupo, o "Aliança Nacional", que clamava por uma pátria totalmente branca, também propugnava o genocídio de judeus e de outras raças. Pierce liderou a organização até sua morte, em 2002, mas sua influência tomou conta de sua ficção. Além do "Diários de Turner", Pierce escreveu "Hunter", um livro que valoriza um supremacista branco que tem como alvo casais inter-raciais e ativistas dos direitos civis.


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Morte aos políticos e aos jornalistas.

A publicação do "Diário de Turner" começou em "Attack", um jornal da extrema direita. No livro, bombardeiam uma sede do FBI e invadem o Capitólio. Todos os "traidores raciais" são linchados. Os mais importantes são políticos, jornalistas, advogados, juízes, professores, apresentadores de TV e membros das organizações de direito civil. Assumem o controle dos EUA e cometem genocídio em escala global. A ideia é que a violência é um meio necessário para proteger os brancos.

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