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Em Pauta

Do fudum e mau hálito, nasceu a grande indústria da higiene corporal

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/10/2021 06:50
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A sujeira corporal e o mau hálito dos europeus é proverbial. Ao contrário dos árabes, tinham verdadeiro pavor de banhos e higiene bucal. Via de regra, entravam em uma tina cheia de água apenas no mês de maio, originando o tradicional "maio, mês de casamentos". A família inteira tomava banho na tina sem trocar a água. Iniciando com os pais, o banho dos filhos menores era em uma lama fétida. E foi para disfarçar o mau odor que perfumes suntuosos foram criados pelos franceses. Foi em Versalhes que os perfumes passaram a significar riqueza, status social e individualidade.


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Passeando pela Versalhes de 1.700.

Os jardins, corredores e salas de Versalhes eram inebriantes de perfumes. Até fontes de água eram perfumadas. Os canteiros recendiam tanto perfume que ninguém conseguia deter-se nos jardins. Versalhes ficou conhecida como a corte perfumada. Mas, banho, nem pensar. Também sabemos que as principais damas da corte tinham seus próprios perfumes distintivos. Maria Antonieta usava um especial chamado "Sillage de la Reine", rastro da rainha, que continha flor de laranjeira, jasmim, sândalo, íris, cedro e nardo. Não eram fragrâncias compradas prontas, mas sim delicadas preparações exclusivas. Mas não tomava banho. Acreditavam que era prejudicial à saúde


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Banho começou em meados do XIX na Europa.

Com as frequentes epidemias de cólera, em meados do século XIX, buscou-se ampliar o acesso à água limpa, organizar a coleta de lixo e instalar sistemas de esgoto eficientes na Europa. O aumento de banhos - um por mês - reduziu a necessidade de perfumes fortes para mascarar odores insuportáveis.


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Revolução higiênica nos EUA.

No final do século XIX, os Estados Unidos vivenciaram o que podemos descrever como uma revolução da higiene corporal. O norte-americano era tão sujo quanto seus colegas europeus. Passaram a apreciar chuveiros e escovas de dente graças ao marketing, as empresas de publicidade entraram em campo para explorar a ansiedade feminina no campo da beleza e da atratividade. Mulher bonita cheirava bem.


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O primeiro desodorante.

Em 1.888, criaram o primeiro desodorante na Filadélfia. Foi comercializado com o estranho nome "Mum", mamãe em português . Ainda hoje está nas prateleiras norte-americanas. Era um creme gorduroso para ser aplicado nas axilas femininas. Em 1.912, os anúncios do antiperspirante Odo-Ro-No fariam história. Tentaram convencer as mulheres norte-americanas do óbvio - elas cheiravam mal e ninguém lhes falava a verdade.


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Sempre dama de honra, mas nunca noiva.

Uma propaganda de 1.930 do antisséptico bucal Listerine faria sucesso. Trazia o slogan "Sempre dama de honra, mas nunca noiva", sugerindo que a halitose, o mau cheiro bucal, podia deixar as mulheres na prateleira, sem arrumar marido, "enquanto seus aniversários se aproximam da trágica marca dos trinta anos", dizia a propaganda. Foi só nessa época que os europeus e americanos se sentiram mal com seus cheiros corporais.


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Dez banhos por dia.

Indígenas brasileiros em geral, chegavam a tomar dez banhos diariamente. Os indianos, com quem os portugueses fizeram contato, além de banhos constantes, se valiam de pastas, sabões e pós para aplacar o cheiro corporal. Com essa duas heranças, os produtos de higiene corporal demoraram a vingar no Brasil. Como os primeiros desodorantes norte-americanos eram caros, levaram muitas décadas para aterrissar por aqui. Só em 1.967, com o lançamento do Rexona, se tornaram populares. Atualmente, o brasileiro gasta quase dois bilhões de reais com eles.

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