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Em Pauta

O cometa do Natal está de volta

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/12/2018 06:41
O cometa do Natal está de volta
O cometa do Natal está de volta

Este mês de dezembro é ideal para desfrutar do céu estrelado e de dois dos espetáculos astronômicos mais belos. Ambos estão rodeados de certa incertidão: um é a caça do cometa 46P/Wirtanen e o outro são as Gemínidas, provavelmente a melhor chuva de estrelas do ano.
Isso raramente acontece, mas neste ano teremos a oportunidade de desfrutar de um autêntico cometa do Natal, aquele que em outros tempos deve ter sido a estrela de Belém que, segundo a religião, guiou os Reis Magos. Sua clássica representação, como uma grande estrela, seguida de uma longa cauda, lembra a forma de um cometa. A história de seu aparecimento repentino no céu como uma nova estrela nunca vista anteriormente, também encaixa com a aparição de um cometa. Ainda que existam outras teorias para explicar o fenômeno da estrela de Belém, como a aparição de uma supernova - uma explosão muito brilhante de uma estrela durante os estágios finais de sua evolução - ou, ainda, da ocorrência de uma conjunção planetária especialmente chamativa.

O cometa do Natal está de volta

Estrela de Belém é o 46P/Wirtanen.

Seja o que fosse a estrela de Belém, agora o cometa 46P/Wirtanen - aquele que a maioria dos astrônomos acredita ser a estrela de Belém - se aproxima da Terra e quanto mais próximo estiver de nosso planeta, maior é seu brilho. As previsões mais otimistas esperam que esse cometa/ estrela de Belém possa brilhar o suficiente para ser visto sem aparelho algum a partir de 16 de dezembro. Nesse momento passará a mínima distância de nosso planeta - algo como 11 milhões de quilômetros - convertendo-se em uma das passagens mais próximas que um cometa já esteve de nós.
No pior dos casos, se não aumentar seu brilho no ritmo que está no momento, poderá ser visto facilmente com pequenos telescópios, um fenômeno merecedor de ser caçado no céu. Neste momento, esse cometa pode ser localizado, com bons telescópios, na constelação de Fornax. Para localizar tanto a constelação como o cometa é conveniente ser ajudado por um planetário virtual como o "Stellarium", imprimir as cartas de localização geradas virtualmente em "Skylive", ou instalar um aplicativo para celulares como o "Google Sky Map".

O cometa do Natal está de volta

Prever o brilho de um cometa não é tarefa simples.

A astronomia pode ser relacionada com a precisão da matemática. Os astrônomos podem prever a hora de um eclipse do sol dentro de um século. E mais, podem acertar qualquer eclipse até em centésimos de segundos. Também podem prever a distância da Terra à Lua em cada momento, ajustando em meros centímetros. Todavia, o brilho de um cometa é tão difícil para eles quanto é a possibilidade de chuva para os meteorologistas. E por que ocorre essa nuvem de imprecisão? A resposta está em outra nuvem, aquela que envolve o cometa.
Os cometas são grandes blocos de pó gelado, provenientes da zona mais exterior e fria do sistema solar, onde apenas chega a luz do Sol. Podem orbitar estáveis durante milhões de anos, mas em alguns casos, uma interação gravitacional, ou o contrário, uma colisão com um objeto próximo, pode fazer com que esse cometa seja desviado e caia na gravidade do Sol, entrando no sistema solar interior. Ao passar pela órbita de Marte, a superfície do cometa se esquenta até o ponto de sublimação - a transformação de sólido em gás -, gerando uma nuvem de gás e pó que cresce quanto mais se aproximar do Sol. Nessa fase, os astrônomos dizem que esse "planetóide" congelado passa a ser um cometa, e a nuvem de pó e gás é sua cauda.
Seu brilho depende do tamanho da cauda.Os cometas brilham porque refletem a luz do Sol. Assim, quanto maior e mais densa for essa nuvem de gás e pó o rodearem, mais quantidade de luz refletirão e serão mais brilhantes.

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