Leucenas são retiradas para dar lugar a espécies nativas em Campo Grande
Invasora, leucena cresce rápido, sufoca outras plantas e prejudica a regeneração da mata nativa

Para eliminar as leucenas e recuperar as áreas degradadas pela espécie invasora, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) de Campo Grande iniciou o trabalho de corte das árvores às margens do córrego Bandeira.
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A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande iniciou a remoção de leucenas às margens do córrego Bandeira, começando pela região da Praça do Preto Velho. O projeto prevê o plantio de 263 mudas de espécies nativas produzidas no viveiro municipal para recuperar as áreas degradadas. A iniciativa faz parte de um programa mais amplo que será executado em 12 pontos da cidade, totalizando mais de 15 hectares. A ação está alinhada com propostas de lei em tramitação na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que visam erradicar essa espécie invasora na região.
Conforme a nota técnica enviada ao Campo Grande News, desde a semana passada equipes atuam na área de preservação na região da Praça do Preto Velho. Após a remoção das leucenas, será feito o plantio de árvores nativas, com mudas produzidas no viveiro municipal.
"Todo o trabalho foi feito com planejamento e uso de equipamentos como Vant e imagens de satélite. Considerando-se a área total estimada, para a implantação de um plantio de mudas de espécies nativas, será necessária uma quantia de aproximadamente 263 mudas", explica a pasta.
Na área da Rua Portuguesa com a Avenida Fábio Zahran, o plantio de espécies nativas não seguirá um padrão em linhas devido às condições do terreno, que é irregular, com trechos íngremes, desníveis acentuados, presença de rochas e árvores nativas já existentes. Por isso, a recomposição vegetal será feita de forma adaptada, com maior concentração de mudas em alguns pontos e espaçamento maior em outros.

O morador Marcos Ortiz, de 54 anos, mora em frente a área que as equipes estão fazendo a retirada das leucenas. Ele gostou da iniciativa, pois a planta costuma se propagar rapidamente e se torna "mata fechada", servindo de abrigo para usuários de drogas.
"A equipe da prefeitura esteve aqui ontem o dia todo e hoje de manhã cortando as árvores. Eu achei muito bom, porque essa parte estava muito fechada. A gente olhava e não conseguia ver o outro lado da rua. Estava juntando andarilhos e usuários de drogas. A gente que mora aqui estava até com medo", disse.
Uma estudante de 27 anos, que preferiu não se identificar, lamentou a perda da sombra, que tornava o trânsito de bicicleta pela ciclovia mais fresco. "Eu passo diariamente aqui de bicicleta, indo para o estágio. Eles cortaram e acabaram com a sombra. Agora que entendo que eram espécies invasoras, posso mudar de opinião, mas faz falta", opinou.
Mas esse trabalho não se restringe ao parque linear do Preto Velho, o controle da vegetação invasora, a condução da regeneração natural e a manutenção do isolamento da área será executado em 12 pontos da cidade, totalizando mais de 15 hectares.

"São áreas com características distintas entre si, demandando para cada uma determinada série de atividades, dependendo da situação, localização e motivação. Em sua maior parte, são áreas que sofreram alguma intervenção decorrente da execução de obras públicas, principalmente quando próximas a corpos hídricos que passam pela cidade", esclarece a nota técnica.
Erradicação das leucenas - Esse trabalho segue proposta de lei 11615/2025, em tramitação na Câmara Municipal, que trata da erradicação da espécie em Campo Grande. A mesma iniciativa está em análise na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), pelo Projeto de Lei 33/2025. A proposta institui o “programa estadual de controle e combate à espécie exótica Leucaena Leucocephala no bioma do Pantanal e áreas de beira de córregos e dá outras providências”.
A Sisep termina a nota dizendo reforçando que somente os indivíduos da espécie leucena foram suprimidos na área. "O pequeno número de indivíduos arbóreos remanescentes demonstra claramente o potencial de infestação da leucena, e o quanto esta espécie tem a capacidade de impedir o desenvolvimento da flora nativa".
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